Notícia - Guilherme Horn: fintechs estão entrando em novo ciclo e têm espaço para crescer
 Época Negócios Publicou uma notícia no dia:29/11/18 12:04:18

Guilherme Horn: fintechs estão entrando em novo ciclo e têm espaço para crescer


Imagem:


O mundo está entrando em uma nova onda de evolução das fintechs, startups de serviços financeiros, afirma Guilherme Horn, diretor de inovação da Accenture para América Latina. Na visão do executivo, esse seria o quarto momento na evolução desse setor, que vem se desenvolvendo desde 1998, com a chegada da internet, e tem se popularizado desde então. Ele afirma que esse momento deve trazer um novo ciclo de oportunidades para empresas que atuem nessa área. Horn falou sobre o assunto em um evento sobre fintechs realizado pelo Googleem São Paulo.

Uma evidência desse bom momento é o número de eventos do tipo que estão sendo realizados em São Paulo. Horn afirma que contou uma média de dois eventos sobre o mercado de fintech por semana na capital paulista no segundo semestre de 2018. O Brasil, aliás, já contava com mais de 450 startups desse setor no final do primeiro semestre deste ano, de acordo com levantamento do Google.

Na visão de Horn, o setor financeiro deve ser chacoalhado graças a um alinhamento de alguns aspectos. O primeiro, que não é de momento, é que bancos estão próximos de gabaritar a lista vista em setores antes de um momento de disrupção: negócios com margens altas, marcas pouco amadas e barreiras de entrada altas.

O último aspecto, na opinião de Horn, deve mudar em breve, graças a novas regras regulatórias que devem ser introduzidas pelo Banco Central brasileiro. Com uma plateia cheia de representantes e executivos de fintechs, Horn tratou de acalmar qualquer desconfiança. “A regulação está melhor do que estava e está evoluindo de forma positiva para fintechs”, diz. “Quem tem de ser protegido no final é o consumidor. É com isso que o BC está preocupado.”

É essa mudança de regulação que deve abrir uma boa janela para a popularização das startups financeiras. Esse movimento já tem sido observado em países europeus, asiáticos e nos EUA, por exemplo. “Hoje, vemos fintechs comendo receita de bancos. Na Europa, 1/3 das novas receitas de serviços financeiros vão para fintechs.”

Cliente sempre tem razão


Na opinião de Guilherme Horn, as startups de serviços financeiros contarão com uma vantagem importante sobre bancos por um bom tempo: colocar o cliente sempre em primeiro lugar. “Nenhuma fintech nasce de outra forma que não seja resolvendo uma dor real. Para os bancos, isso é um esforço tremendo”, afirma.

Por isso, Horn deixou uma dica aos representantes de empresas no local: não esqueçam da importância do atendimento ao consumidor e do pós-vendas. Na visão dele, marcas passam a ser amadas por clientes depois que problemas são resolvidos de forma simples pela companhia.

Essa vantagem das fintechs é evidenciada por dados de uma nova pesquisa do Google. Enquanto fintechs têm 71% de contentamento por parte dos consumidores, os bancos têm taxa menor, de cerca de 42% dos clientes.