Notícia - SINGU: MARKETPLACE OU FINTECH? OS DOIS, AFIRMA TALLIS GOMES
 05/02/19 12:32:50

SINGU: MARKETPLACE OU FINTECH? OS DOIS, AFIRMA TALLIS GOMES


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ra para ser apenas um delivery de serviços de beleza, mas está prestes se tornar também uma fintech. A Singu, empresa criada em 2015 pelo mineiro Tallis Gomes, 31 anos, vem se mostrando um bom negócio tanto para o fundador como para as “artistas”, como o empreendedor chama as profissionais que trabalham por meio do app.

A sacada mais recente de Gomes (fundador do Easy Taxi em 2011) foi perceber que poderia usar a Singu para ir além do oferecimento de manicure, depiladora, cabeleireiro e massagista a domicilio. O empresário se deu conta de que a rede de milhares de artistas cadastradas que ele tem em mãos representa um grande potencial e, agora, pretende usar essa base para explorar “novas oportunidades financeiras”, que serão anunciadas nos próximos meses.

O primeiro passo nessa direção já está sendo dado: a Singu mudou recentemente a forma como remunera os profissionais. Antes, as artistas recebiam apenas em 14 dias o pagamento pelos serviços prestados. Agora, se elas preferirem, é possível receber no mesmo dia em que o serviço é feito.

“As artistas não tinham fluxo de caixa, não conseguiam se planejar financeiramente. Então resolvemos pagar todos os dias. Recebe hoje pelo serviço prestado hoje. Ninguém oferece isso para essas profissionais no mercado, só a Singu”, explica gomes.

Quem escolhe receber em 14 dias fica com 65% do valor que os clientes pagam pelo serviço – e os outros 35% vão para o aplicativo. Já quem escolhe receber no mesmo dia recebe 60% e a Singu, 40%. Ou seja, a antecipação da receita oferecida às artistas tem um custo de 5% para elas. Atualmente, segundo Gomes, 90% das profissionais têm aderido a essa remuneração diária.

Ele afirma que irá anunciar mais novidades nessa linha nos próximos meses, mas ainda não revela o que exatamente. “No momento, estamos levantando uma nova rodada de investimentos para fortalecer nossa operação”, diz.

Segundo o fundador do aplicativo, a antecipação do pagamento para as artistas teve impacto direto no negócio: a empresa notou melhora na qualidade do serviço prestado. “Queremos ter  o melhor atendimento do Brasil. As artistas passam por treinamentos para se reciclar e têm metas a bater. Nossos KPIs são fatores estratégicos para o negócio”, conta Gomes.

singu (Foto: Divulgação)

Por dentro da empresa
Desde 2015, mais de 300 mil pessoas já baixaram o aplicativo Singu – mas a empresa não revela quantos deles são usuários ativos. Os serviços (unha, cabelo, depilação e massagem) são realizados por milhares profissionais cadastradas no aplicativo, que atuam diretamente nas casas dos clientes, na cidade do Rio de Janeiro e na Grande São Paulo. Controlando toda a operação, há 48 funcionários no escritório.

“Somos muito eficientes e tentamos automatizar tudo. Todo o time de lideranças é formado por engenheiros. Com essa cultura de automação, conseguimos crescer sem precisar aumentar o número de contratações”, explica Gomes.

A comunidade de profissionais é formada, em sua maioria, por pessoas de baixa renda, que vivem em bairros afastados e com menor poder aquisitivo. Para facilitar o deslocamento delas até a residência dos clientes, o próprio app da Singu sugere um trajeto com transporte público que visa otimizar o tempo e a agenda das trabalhadoras. 

Os serviços têm preços tabelados pela Singu e mudam de acordo com horário, dia da semana e promoções pontuais. Em média, sai R$ 39 para fazer as unhas das mãos e chega a R$ 159 na depilação completa. Segundo Gomes, os ganhos podem chegar a R$ 4 mil por mês. “Somos uma ferramenta de ascensão social. Temos um poder de transformação na vida de mulheres de baixa renda”, pondera.

Motivações para crescer
Para estimular o bom serviço das artistas, a Singu oferece treinamento, coloca metas claras e utiliza mecanismos de gamificação. Todo final de ano, em uma convenção que reúne as profissionais, a empresa reconhece a que mais se destacou oferecendo uma premiação. Em 2017 foi uma motocicleta e, em 2018, um carro. O prêmio de 2019 ainda será definido.

A Singu foi a primeira empresa a oferecer delivery de serviço de beleza no Brasil, mas já existe concorrência. “Temos 90% do marketshare. Somos a empresa líder, a que tem mais pedidos. Toda semana vão surgir novos concorrentes, mas temos um time muito bom e o nosso modelo é muito difícil de ser copiado”, aposta Gomes. Este ano, o objetivo é chegar a outras cidades, ainda não reveladas.

“Eu me sinto muito agradecido. Vim de uma família muito pobre, cresci na casa do patrão da minha avó e consegui construir minha vida”, relembra o empreendedor. “Mas ainda tenho fome de conquistar muito mais. Não fiz nem um terço do que quero fazer. Tenho muito o que realizar ainda”, finaliza.