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REALIDADE AUMENTADA PROMETE INOVAR SETOR DE FRANQUIAS
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A tecnologia tem sido o principal tema da 59ª Convenção Anual da International Franchise Association, a IFA, evento que acontece até quarta-feira (27) em Las Vegas, nos Estados Unidos. Em qualquer espaço do evento, franqueadores, franqueados e profissionais do setor debatem como vão colocar em prática a transformação digital em seus negócios já nos próximos meses. Uma coisa é certa: todos estão muito interessados na realidade aumentada.
A realidade aumentada é uma tecnologia que junta o mundo real com o virtual. Para que isso seja possível, o usuário precisa usar um dispositivo (óculos ou smartphone) e um software especial que conecta os dois mundos. Segundo pesquisa State of Industrial Augmented Reality, feito pela PTC, o mercado de RA, como a realidade aumentada é chamada, movimentará US$ 63 bilhões até 2021.
Segundo os profissionais da área de franchising ouvidos pela reportagem, a RA pode ser aplicada em três processos com eficiência.
São elas:
Treinamento: com a ajuda de óculos de realidade aumentada, a rede pode treinar o atendimento ao cliente e os processos do negócio. Por exemplo: como organizar a cozinha, montar um produto ou oferecer um serviço.
Orientação técnica: remotamente, um instrutor da rede pode explicar como deve ser a montagem correta de equipamento e o conserto de uma máquina. Com a tecnologia, marcas que operam em países continentais podem reduzir custos de logística e resolver problemas mais rapidamente.
Inspeção: ao invés de mandar um funcionário, a rede pode, com a ajuda de óculos de realidade aumentada, verificar se a disposição de produtos da unidade está de acordo com as regras da marca. É possível verificar até o atendimento ao consumidor.
Especialista
Para falar com o setor de franchising sobre a tecnologia, a IFA convidou Amar Dhaliwal, diretor de operações da Atheer, uma empresa especializada no tema, para falar do tema. No palco do evento, ele contou que a tecnologia, muito ligada a diversão, está sendo usada nos mais diversos setores, inclusive para o conserto de turbinas de aviões a treinamentos de funcionários em bancos.
A alemã Porsche é uma das clientes de Dhaliwal. A fabricante de carros esportivos tem mais de 200 concessionárias nos Estados Unidos e usa a realidade aumentada na sua área de manutenção. “Há pouco mais de um ano usando a tecnologia, a montadora aumentou em 40% a agilidade e eficiência da manutenção”, diz. “Isso significa menos carros na oficina e consertos mais precisos”.
Hoje, o mecânico da marca óculos na hora do conserto. Na lente, ele vê o diagrama do motor e setas que indicam o que ele deve fazer – como trocar uma peça, apertar um parafuso, checar um cabo. Se ele não souber o que fazer, pode pedir a ajuda de um mecânico na Alemanha, que vai orientá-lo em tempo real. “Os óculos enviam as imagens que o especialista enxerga para a sede da Porsche”, diz.
Dhaliwal não dá números, mas conta que a Porsche reduziu custos com a tecnologia, principalmente com viagens. “Antes, quando o problema era grave, um mecânico vinha a Alemanha para cá. Agora não é mais preciso por causa da realidade aumentada”, diz.
Numa mesa de discussão sobre tecnologia, profissionais do franchising falaram para Pequenas Empresas & Grandes Negócios que a tecnologia está madura e será positivo para o setor. Mas ainda é preciso uma curva de aprendizado para poder emplaca-la em larga escala. A ideia é que em um ano ela esteja difundida nas grandes redes.