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China logo irá bater de frente com o Vale do Silício, declaram analistas
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Lucas Bicudo é repórter do Portal StartSe.
O Vale do Silício enfrentará em breve uma concorrência acirrada das gigantes da tecnologia chinesas pelo mercado global – e não será fácil se defender. Esse foi o consenso de uma sessão sobre inovação e China na Brainstorm Tech Conference, promovida pela Fortune, em Aspen, Colorado. Empresas como Alibaba e Tencent farão jogo duro contra seus concorrentes no exterior.
“Você só ignora a China agora se por sua conta em risco”, disse Gary Rieschel, sócio-gerente fundador da Qiming Venture Partners e investidor com duas décadas de experiência em solo chinês. “O que vai acontecer quando a inovação na China percorrer o mundo? As empresas americanas vão ter problemas se não tiverem um bom controle sobre isso”.
Connie Chan, sócio-geral da Andreessen Horowitz, disse que as empresas ocidentais de tecnologia correm o risco de perder para empresas chinesas em mercados emergentes, se não entenderem como elas operam. “A importância de estudar a China não é apenas que uma empresa chinesa pode vir para os EUA e bater de frente. O perigo é que você pode perder o sudeste da Ásia, pode perder a África”.
Chan disse que ainda há algum conhecimento entre investidores e empresas dos EUA sobre como operam as gigantes da web chinesas, como JD.com, Alibaba e Tencent, e como seus modelos de negócios diferem. “A conscientização definitivamente melhorou. Mas a verdadeira compreensão do que essas empresas fazem ainda está faltando”.
Ying Wang, diretor da firma Fosun RZ Capital, apontou para um super aplicativo, como o WeChat da Tencent – no qual os consumidores podem fazer de tudo, desde comprar bilhetes de trem até pedidos de comida – como exemplo de como a inovação chinesa age diferente de seus homólogos ocidentais.
Enquanto os empresários dos EUA estão mais focados em produtos e tecnologia, – e querem fazer uma ou duas coisas perfeitamente – as empresas chinesas são “mais agressivas e centradas no usuário”, segundo Wang. Elas procuram constantemente adicionar novos serviços e perguntam: “O que mais eu posso fazer por você?”.
Essa motivação para “fazer mais” impulsionou grandes avanços tecnológicos. “A China está pelo menos três ou quatro anos à frente em pagamentos móveis”, disse David Chao, co-fundador da DCM Ventures. O ecossistema de pagamentos do WeChat, por exemplo, está permitindo que outros empreendedores construam empresas na plataforma e “isso está provocando toda uma nova economia”.
(via Fortune)