Se a humanidade não agir rapidamente, a evolução das máquinas poderá nos levar a uma marginalização semelhante à dos macacos. É com essa convicção que Elon Musk, o excêntrico fundador da Tesla e da SpaceX, planeja implantar inteligência artificial no cérebro de humanos dentro de cerca de dez anos.

O empresário falou sobre os planos em uma entrevista ao programa Axios on HBO. A implantação funcionaria por "um chip e um monte de minúsculos fios" e possibilitaria fundir humano e máquina, superando a "ameaça existencial" que a IA representa ao reter, exponencialmente, mais conhecimento que os humanos.

"Quando uma espécie de primata, Homo sapiens, tornou-se muito mais inteligente do que outros primatas, ela empurrou todos os outros para um habitat muito pequeno", explica Musk. "Então, você sabe, esse é um resultado possível para nós."

Musk também acredita que essa seria uma forma de democratizar a inteligência "tal que não seja monopolisticamente mantida de forma puramente digital por governos e grandes corporações". Hoje, ele diz já ser possível aplicar tecnologias como essa para "curar" lesões na medula espinhal ou para problemas de memória.

Durante a entrevista, o visionário empresário também falou sobre a "probabilidade de 70%" de se mudar para Marte. A ida ao planeta vermelho poderia não teria volta e seria feita "apesar do bom risco de morte". Ele acredita que a empreitada pode se tornar possível dentro de sete anos com um ticket pelo preço de "em torno de algumas centenas de milhares de dólares".

Se conseguisse pousar, ele diz que trabalharia "sem parar" na construção da base espacial – cujo projeto teve suas primeiras imagens divulgadas em setembro. Na ocasião, Musk afirmou que a estrutura pode ficar pronta até 2028.

"E mesmo depois de fazer tudo isso, é um ambiente muito duro. Então... há uma boa chance de você morrer lá", diz o empresário. "Achamos que se pode voltar, mas não temos certeza. Agora isso soa como uma via de escape para pessoas ricas?"