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APAIXONADO POR GAMES, EMPREENDEDOR CRIA E-COMMERCE DE JOGOS E GANHA O MUNDO
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Desde criança, o carioca Fernando Campos tinha uma única certeza: sua paixão pelo mundo dos games. Aos dez anos de idade montou seu primeiro computador para jogar. Com 11, criou uma revista com notícias de jogos para vender aos colegas. A paixão, com o passar do tempo, só aumentou.
Chegou a trabalhar em outras áreas, como venda porta a porta e mercado financeiro, mas não teve jeito. Em 2009, deixou tudo para atuar com o que amava e fundou a Nuuvem, um e-commerce de jogos para computador. Deu tão certo que ganhou o mundo: são mais de 50 mil transações por mês, com clientes em mais de 100 países.
Mas o processo não foi fácil. Para o projeto sair do papel, foi preciso muito estudo e planejamento. Por meses, Campos viajou pelos Estados Unidos, em locais como o Vale do Silício, para entender a relação do mercado de tecnologia com o setor de games. Em paralelo, seu amigo e futuro sócio Thiago Diniz disputava os primeiros campeonatos de eSports organizados, chegando a ser campeão mundial.
Depois de conhecerem diferentes braços do mercado, os dois perceberam que havia uma oportunidade de negócio no Brasil. As publishers, empresas que controlam os direitos dos jogos, tinham dificuldade na hora de entrar em mercados como o Brasil. Parte desse problema era a falta de compreensão em relação a precificação dos games. “Não dá para praticar os mesmos valores. É preciso diminuir o preço dos jogos aqui”, diz Campos.
De olho nisso, montaram um site especializado na venda de jogos para computador. A Nuuvem faz a ponte entre as publishers e os consumidores. A relação de Diniz com os atores do mercado foi essencial para montar uma base de parceiros. “Ele conheceu muita gente durante os campeonatos. Fez toda a diferença para o nosso negócio.”
Outra alternativa que os sócios encontraram foi o investimento em feiras do setor, como a Electronic Entertainment Expo, a conhecida E3. “Pouco a pouco, fomos criando o networking e abrindo portas.”
A empresa vende somente jogo para PC. Sob seu guarda-chuva, estão mais de 4 mil títulos, de 300 publishers. Por mês, acontecem entre 50 mil e 100 mil transações na plataforma. A Nuuvem recebe cerca de 30% do valor da venda de cada produto. A empresa conta com 25 funcionários.
“A gente viu que tinha uma demanda muito grande. Todos na empresa são gamers e sabem o que nós precisamos. Existe uma paixão muito grande em atender nossos clientes como gostaríamos de ser atendidos”, diz.
Além do Brasil, os empresários também apostam no mercado latino-americano. Para Campos, mercados europeus e norte-americanos ainda enxergam essas nações como um grande bloco. “A verdade é que o gamer mexicano é muito diferente do gamer peruano.” Por conta disso, a empresa anunciou um investimento alto de R$ 500 mil para expandir sua atuação nos países vizinhos do Brasil.
“Não faz sentido manter como está. Um dos nossos grandes trabalhos é mostrar aos produtores de jogos a importância da América Latina”, diz.