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RICHARD BRANSON: TRATE QUEM VARRE O CHÃO E SEUS DIRETORES DA MESMA FORMA
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O céu não é o limite para Richard Branson. O britânico de 68 anos começou sua trajetória com um fracasso: ele tentou vender árvores de Natal. Não deu certo. Depois, no entanto, as coisas começaram a dar muito certo.
Branson participou, nesta quarta-feira (28/11), do Fórum de Inovação da Mastercard América Latina, em Miami Beach, nos Estados Unidos. Durante seu tempo no palco, o empresário relembrou sua trajetória, falou de seus projetos atuais e deu dicas para empreendedores.Hoje, dentre todas as empresas do seu Virgin Group, ele se dedica à criação de um novo modelo de transporte terrestre. Também mira as estrelas, trabalhando para tornar a viagem espacial algo possível, seguro e acessível, apesar das dificuldades que o projeto enfrenta.
Os primeiros negócios de Branson foram mal sucedidos. Além das árvores, ele tentou vender periquitos no começo da década de 1960. Em 1968, no entanto, criou uma revista chamada Student, voltada para o público jovem. O negócio deu certo. Mick Jagger, dos Rolling Stones, foi um dos entrevistados do título.
Com o dinheiro que conseguiu na Student, abriu uma pequena loja de discos, a Virgin. A partir daí, Branson decolou. Da loja, veio uma gravadora. Os Rolling Stones, aliás, foram um dos primeiros grandes nomes a assinar contrato.
Depois da gravadora, investiu no mercado do turismo, com uma empresa de pacotes turísticos e companhias aéreas. No fim dos anos 1990, criou uma operadora de telefonia. No novo milênio, abriu até uma rede de clínicas de saúde.
No meio de tudo isso, alguns fracassos. Criou uma marca de refrigerante, tentou fabricar camas e entrou até no mercado de casamentos. Nada deu certo.
Espaço
Em 2004, Branson lançou a, talvez, mais ambiciosa de suas empreitadas: a Virgin Galactic, voltada à exploração espacial. Quando perguntado sobre os motivos que o levaram a investir nesse mercado, ele dá um exemplo prático: perguntou à audiência quem gostaria de ir ao espaço. Quase a totalidade dos presentes levantou a mão. “É por isso que estou apostando nisso. A maioria das pessoas adoraria conhecer o espaço se o preço fosse acessível e houvesse passagem de volta”, diz.
Mas o caminho é difícil. Ainda em 2008, Branson disse que iria ao espaço em um ano e meio a partir dali. Não aconteceu. Em 2014, um de seus “aviões espaciais”, que podem sair da órbita terrestre, sofreu um acidente. Um dos pilotos morreu, enquanto o outro foi ferido gravemente. Desde então, não houve mais novidades relevantes sobre o avanço do projeto. De qualquer forma, Branson disse no palco, novamente, que vai embarcar em breve. “Planejo ir ao espaço em 2019”.
No ano passado, Branson apostou em um novo projeto espacial: a Virgin Orbit. O objetivo dele é fazer o lançamento de satélites de pequeno porte.
Hyperloop
Também desde o ano passado, Richard Branson está envolvido no desenvolvimento de um novo meio de transporte: o hyperloop, que se baseia no deslocamento de trens de alta velocidade (algo como 1100 km/h) em túneis.
O conceito foi criado por Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX. No entanto, o empresário compartilhou seus planos. Hoje, a iniciativa é desenvolvida por outras empresas. Uma delas é a Hyperloop One, que tem Branson desde 2017 como membro de seu conselho de administração. Desde então, o projeto se chama Virgin Hyperloop One. “Queremos oferecer uma alternativa aos aviões. Um meio de transporte em que não se precise passar horas no trajeto entre aeroportos e esperando por um voo”, afirma o britânico.
Os testes estão sendo feitos em uma área de deserto perto de Las Vegas, nos Estados Unidos. “Esperamos trazer mais novidades sobre onde queremos construir o sistema em breve”, diz.
Inspiração
Segundo o empresário inglês, delegar tarefas é uma atitude essencial para quem deseja ser um empreendedor de sucesso. “Sei que o empresário quer ter controle sobre tudo o que acontece no negócio, mas isso é quase impossível em grupos maiores. Delegar é demonstrar confiança. É algo que me ajuda a ter mais tempo para atuar em novos negócios e fazer o que gosto.”
Outra dica de Branson é cuidar dos funcionários. “Uma equipe feliz trabalha melhor e produz mais. É importante ser um chefe legal”, afirma. Segundo ele, é importante olhar para todos. “Eu trato as pessoas que varrem o chão da empresa tão bem quanto um diretor. Todos os empregados são importantes e contribuem para o sucesso de um projeto.”
*O jornalista viajou a convite da Mastercard