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Por que a Microsoft ainda aposta no Cortana?
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Lançado para smartphones em 2014 e PCs em 2015, a Cortana foi uma aposta forte da Microsoft no mercado de assistentes pessoais. No entanto, a funcionalidade acabou não "engatando a segunda marcha" em relação aos seus principais rivais: Google Assistente, Siri (iOS) e Alexa (Amazon).
No entanto, a empresa de Redmond não quer desistir da Cortana mas está, lentamente, a transformando em algo diferente de um assistente digital. Logo, fica a pergunta: por que a Microsoft ainda aposta neste recurso?
Quem ainda usa a Cortana?
A Amazon tem o Echo, o Google tem o Google Home e a Apple tem o HomePod. Mas você sabia que a Microsoft tem seu próprio alto-falante com a Cortana? Sim, trata-se do Harman Kardon Invoke, que usa o assistente, mas que não caiu nas graças do público. Na verdade, ele é tão impopular que nem sequer é incluído na análise de participação de mercado de alto-falantes inteligentes. Para efeito de comparação, no quarto trimestre de 2017, a Harman Kardon vendeu 30.000 Invokes e a Amazon vendeu 9,7 milhões de dispositivos Echo.
Então quem usa a Cortana? Basicamente, cada PC com Windows 10 traz o recurso ao lado de seu botão Iniciar. A Microsoft disse que mais de 150 milhões de pessoas usam a Cortana, mas não está claro se essas pessoas estão realmente usando-a como assistente de voz ou apenas para fazer pesquisas no Windows 10.
A Microsoft também não pareceu empenhada em desenvolver a Cortana nos últimos anos. O recurso está disponível apenas em 13 países , enquanto a Amazon diz que o Alexa é suportado em mais de 50 países . No final de 2017, havia apenas 230 habilidades implementadas na Cortana em comparação com 25 mil da Alexa. E, atualmente, a assistente da Amazon conta com mais de 50 mil habilidades. Ou seja, a comparação chega a ser covardia.
E, para completar, a Alexa, ainda funciona no próprio Windows (infelizmente não no Brasil). E muitos fabricantes de PCs anunciaram com ânimo a integração do assistente da Amazon em seus computadores.
Cortana será uma ferramenta de produtividade
Bom, mas diante de um cenário tão desolador, por que a Microsoft ainda insiste com a Cortana? Bom, basicamente, porque ela ainda tem planos para sua assistente.
Em 11 de outubro de 2018, a Cortana começou a fazer parte da unidade Office. Anteriormente, ela fazia parte da unidade de IA e Pesquisa. Brad Sams, do site Petri, relata que "a Microsoft está mudando significativamente a maneira como pensa e utiliza a Cortana". Ele acha que isso é um sinal de que a empresa usará cada vez mais a Cortana como ferramenta de produtividade em seu próprio software, em vez de montá-la como concorrente da Alexa, Google Assistente e Siri.
Da mesma forma, Zac Bowden, do Windows Central, argumenta que a Microsoft quer “reposicionar” a Cortana “mais como assistente de produtividade do que como assistente pessoal.” A Microsoft tem um Guia da Cortana para empresas que permitirá que elas criem habilidades personalizadas que integram a assistente com seus sistemas de RH, TI, helpdesk e vendas.
Recursos como Timeline , sincronização de notificações e “continue de onde parou” em dispositivos parecem o futuro da Cortana em PCs Windows para consumidores e corporações. Tudo gira em torno da produtividade - não forçar a digitação para um assistente digital.
Empresas podem construir assistentes baseados na Cortana
O futuro da Cortana também parece ser o empreendimento. A Microsoft oferece uma solução de assistente virtual que os desenvolvedores podem usar para criar seus próprios assistentes e chatbots.
Como colocou Brad Sams, a Microsoft está deixando as empresas construírem sua própria Cortana. O futuro dela pode não ser um produto de consumo empolgante, mas uma espinha dorsal para as soluções corporativas personalizadas de várias empresas.
Por exemplo, a BMW está construindo seu próprio “Assistente Pessoal Inteligente” para seus carros. Ela está usando a “Microsoft cloud e ferramentas de inteligência artificial” para construí-lo, de acordo com a GeekWire . O assistente da BMW se integrará com Alexa e Cortana. Mais empresas provavelmente vão querer construir seus próprios assistentes e chatbots, e a Microsoft parece que já sabe disso. Vamos acompanhar.