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UMA STARTUP QUER PROFISSIONALIZAR AS VENDAS PORTA A PORTA
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No Brasil, o mercado de vendas diretas pode ser considerado um campo maduro. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), esse mercado movimentou cerca de R$ 45 bilhões em 2017, recrutando mais de 4 milhões de brasileiros para atuar como revendedores porta a porta.
Dentre as principais empresas do setor no país estão companhias como Natura, Avon, Mary Kay e Tupperware. De olho nessa fatia do bolo, um grupo de empreendedores está pensando em formas de aumentar a eficiência dos revendedores. São os fundadores da Revendoo, uma plataforma que quer atuar como CRM pessoal dos vendedores porta a porta.
O projeto foi criado por Adolfo Umbon, Raquel Miranda, Gerson Certo e Carlos Dutra, de São Paulo. Segundo Umbon, a ideia surgiu após um período em que passou como consultor da Natura. Durante esse período, teve o primeiro contato com as revendedoras. “Me aprofundei nas dificuldades de quem trabalha com isso.”
Após a experiência, teve a ideia de desenvolver algo simples, que pudesse ajudar o dia a dia de quem trabalha vendendo produtos na rua. Para isso, reuniu-se com os colegas, que tinham experiência nas áreas de atendimento ao consumidor em multinacionais, a fim de pensar em uma solução. “Juntei o útil ao agradável. Como criar boas experiências para os revendedores?”, diz.
A resposta desenvolver um aplicativo que pudesse oferecer gestão profissionalizada para essa classe de trabalhadores. “O processo ainda é muito amador e ineficiente. Isso precisa mudar”, afirma Umbon. Durante um ano, ele e os colegas trabalharam no desenvolvimento do Revendoo.
O app, na prática, funciona como um CRM pessoal, reunindo informações como produtos em estoque, número de vendas, histórico de clientes, entrega e recebimento de pedidos, etc. Até uma plataforma similar a um e-commerce é possível o revendedor criar via aplicativo. “Queremos que vendam mais gastando menos esforço.”
Um dos principais desafios do time foi criar um aplicativo simples. Na visão do empreendedor, o serviço não pode atrapalhar o aparelho celular dos revendedores. “É difícil de superar o ‘caderninho’. Se o app não ajudar, a pessoa vai deletar do seu telefone.”
A empresa ainda não determinou um modelo de negócios. A priori, o aplicativo é gratuito. O mais provável é que a Revendoo monetize cobrando uma porcentagem em cima da venda realizada pelo aplicativo.
Mesmo assim, Umbon prefere esperar o negócio ganhar escala. Durante o período de testes, o app teve mais de mil downloads, chegando a movimentar um volume financeiro de R$ 50 mil em um mês e meio. Por enquanto, o aplicativo está disponível somente para Android.