Notícia - Neste café, os garçons são robôs operados por pessoas com deficiência
 Época Negócios Publicou uma notícia no dia:20/12/18 10:29:02

Neste café, os garçons são robôs operados por pessoas com deficiência


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Um café em Tóquio recentemente procurou pessoas com deficiência para trabalhar como garçons. Mas não era um recrutamento normal. Em vez de receber os pedidos e limpar as mesas, o trabalho dos atendentes no café Dawn ver.? é o de pilotar um time de robôs. O melhor é que eles podem fazer isso de suas casas.

Os robôs foram desenvolvidos por Kentaro “Ory” Yoshifuji, CEO da empresa Ory Lab, fundada por ele, Aki Yuki e Yoshifumi Shiiba. Os robôs controlados por controle remoto são parte de um projeto que pretende usar a tecnologia para combater o isolamento social. Com 1,2 metro de altura, os robôs têm rostos brancos sem expressão e transmitem vídeo e áudio a seus controladores.

Cliente tira foto com um dos "pilotos" dos robôs (Foto: Reprodução/Facebook Ory Lab)

Cinco dos modelos OriHime-D foram usados na fase de testes, controlados por uma equipe de dez pessoas com condições variadas, incluindo esclerose lateral amiotrófica, uma das doenças neuromotoras mais comuns. Os pilotos recebem um pagamento de 1.000 ienes por hora (o equivalente a aproximadamente R$ 30), pouco acima do salário mínimo do Japão.

Até mesmo as pessoas com mobilidade muito reduzida podem controlar os robôs. A Ory Labs inclusive divulgou um vídeo que mostra um homem capaz de operar um deles apenas com o movimento dos olhos.

O CEO da empresa tem um histórico de criar tecnologias para o bem. Entre os 10 e 14 anos de idade, Yoshifuji não pôde frequentar a escola por causa de problemas de saúde. Em 2005, ele representou o Japão na Feira de Ciência e Engenharia da Intel com um projeto para ajudar pessoas com deficiência a acionar os freios de suas cadeiras de rodas.

No café Dawn ver.?, os garçons são robôs operados por pessoas com deficiência (Foto: Reprodução/Facebook Ory Lab)

A estimativa é de que haja 75 milhões de pessoas no mundo que precisam de cadeiras de rodas, mas apenas 5% a 15% delas têm acesso a uma. Além disso, 200 milhões de pessoas com deficiência visual e 466 milhões com perda de audição não têm acesso a ajuda. Nos últimos anos, ressalta o Fórum Econômico Mundial, o tema da tecnologia assistencial tem ganhado atenção.