Notícia - ESTE JOVEM ABANDONOU NEGÓCIO DA FAMÍLIA PARA ABRIR “IMOBILIÁRIA DO FUTURO”
 Pequenas Empresas & Grandes Negócio Publicou uma notícia no dia:21/12/18 09:40:53

ESTE JOVEM ABANDONOU NEGÓCIO DA FAMÍLIA PARA ABRIR “IMOBILIÁRIA DO FUTURO”


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Em 1956, o empresário Julio Bogoricin criou uma imobiliária que leva o seu nome. Hoje, ela está entre os mais conhecidos e tradicionais negócios do setor no Rio de Janeiro. A empresa, que é familiar, acolheu descendentes de Julio nas últimas décadas.


Um deles é Felipe Bogoricin. Ele trabalhou por dois anos e meio no negócio criado pelo avô. E, seguindo os passos da família, decidiu criar a própria: a Livima. A startupque atua no setor imobiliário, quer inovar alguns processos do setor.

Este jovem carioca, de 28 anos, estudou economia e política em Boston, nos Estados Unidos. Também apaixonado por arte, fez uma pós-graduação em belas artes, com ênfase em pintura e escultura. Começou a carreira, inclusive, trabalhando em galerias de arte de Boston e Nova York.

No entanto, seu visto de trabalho expirou e Bogoricin teve que voltar ao Brasil. Foi aí que veio o convite para trabalhar na imobiliária da família, a Julio Bogoricin. “Trabalhei em várias áreas. Cuidei da parte de seguros, cuidei do marketing digital do negócio e também atuei nos departamentos de aluguéis e administração”, diz o empresário.

Em dezembro de 2016, Bogoricin saiu da empresa da família. Segundo ele, era difícil inovar e mudar alguns processos da empresa.  “Tive a ideia, então, de montar uma imobiliária, mas usando a tecnologia como recurso essencial da empresa. Sou muito agradecido à Julio. Aprendi muito sobre o mercado lá”, afirma.

A Livima foi oficialmente lançada alguns meses depois, em maio de 2017 – Bogoricin levou alguns meses para estruturar seu modelo de negócio. Também usou esse tempo para buscar apoio financeiro, que conseguiu de amigos e da família.

Para criar uma imobiliária diferente, Bogoricin apostou no uso da tecnologia. “Criei um sistema para organizar e automatizar os processos da empresa. O atendimento era personalizado e feito pela internet. Também apostávamos bastante em ferramentas de marketing digital para atrair mais clientes”, diz. No começo da empresa, havia corretores na equipe, assim como a comissão por cada negócio fechado continuava sendo aplicada. 

Segundo Bogoricin, o negócio começou bem, mas ele não estava satisfeito. “Não via escala no negócio. Não achava que minha empresa estava alinhada com a economia atual. Decidi mudar”, diz.

E mudou. Desde junho deste ano, a Livima atua sem corretores. Seu papel é conectar os proprietários dos imóveis aos interessados. É papel da startup divulgar as casas e apartamentos em seu site, em outras plataformas imobiliárias da internet e nas redes sociais.

Em imobiliárias tradicionais, é o corretor que organiza a visita aos imóveis e a negociação de compra ou aluguel do imóvel. No caso da Livima, não há intermediários – o proprietário marca a visita e a negociação com o interessado. “Os acordos saem mais rápido, porque o dono do imóvel está a fim de vender o mais rápido possível. Além disso, não é preciso marcar a visita pensando no horário de uma terceira pessoa, no caso, o corretor. Tudo isso acelera o processo.”

Já que não há mais corretores, a Livima não cobra mais comissão. Só para se ter uma ideia, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ)estipula que corretores ganham uma comissão de 6% sobre o valor da venda de imóveis. Em caso de locação, há o pagamento de um mês de aluguel para o profissional.

A Livima, por sua vez, cobra taxas únicas e fixas, não importando o valor do imóvel. Se houver venda de um imóvel anunciado pela Livima, a startup recebe R$ 594. Se for um aluguel, a taxa é de R$ 194.

As margens são menores, mas Bogoricin espera que seu modelo de negócio atinja mais pessoas que uma imobiliária tradicional e, com isso, fature mais. Apesar de lucrar menos com as taxas únicas, Bogoricin diz que seu negócio é mais enxuto, o que traz economia. “Não preciso pagar o salário dos corretores e não preciso de um imóvel grande. Gasto menos aluguel e menos energia”, diz.

Atualmente, a Livima atua na cidade do Rio de Janeiro. O faturamento do negócio está em cerca de R$ 30 mil mensais, mas crescendo entre 30% e 50% a cada trinta dias.

O empreendedor não considera que a Livima concorra com o negócio de sua família. “A Julio Bogoricin atende um mercado mais antigo e pessoas não muito familiarizadas com a internet. Há espaço para as duas empresas.”

Segundo Bogoricin, ter criado uma imobiliária não causou problemas com sua família. “Não falamos muito sobre trabalho quando estamos juntos, mas eles me desejam sorte”, afirma.

Atualmente, a Livima atende a cidade do Rio de Janeiro. Nos próximos meses, a startup tem planos de ir para outras regiões do estado do Rio. Também no ano que vem, a meta é chegar a São Paulo. Em dois anos, a meta da startup é estar em todo o território nacional.

No futuro, Bogoricin também sonha em expandir a Livima para outros mercados. “Penso na Livima como um marketplace do mercado imobiliário daqui a alguns anos, talvez administrando imóveis, fazendo parcerias com empresas de reformas e trabalhando com lançamentos imobiliários”, diz.

Outro de seus sonhos é contribuir para a arte que tanto ama. “Quero incentivar a produção artística do brasil. Arte e cultura são partes importantes da sociedade e empresários devem ter a consciência e o interesse de fomentarem esses setores”, afirma.