Notícia - 'Governo Bolsonaro é vitrine para mercado gospel. Esperamos que seja positiva'
 21/12/18 09:45:30

'Governo Bolsonaro é vitrine para mercado gospel. Esperamos que seja positiva'


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Durante a campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro, a religião evangélica ganhou evidência no cenário político. Além de a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ser evangélica, o pastor e senador Magno Malta (PR) é amigo de longa data do militar — e celebrou uma oração antes do discurso de vitória do candidato do PSL. 

A ligação do novo governo com os evangélicos, personificada na imagem da primeira-dama, pode levar mais brasileiros à igreja, avalia Marcelo Rebello, presidente da Abrepe (Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos). "O governo Bolsonaro é mais uma vitrine para o mercado gospel. Esperamos que ela seja positiva (para nós)", afirma.

Essa identidade, contudo, não é garantia de favorecimento e crescimento acelerado do varejo gospel, pondera Rebello. "O fato de o novo governo ser mais conservador é sinal de boas mudanças, mas isso não quer dizer que Bolsonaro é perfeito. Afinal, ninguém é", diz o empresário.

O setor gospel crescia em torno de 5% ao ano antes da crise, há cerca de três anos, segundo Rebello. Em 2018, no entanto, deve registrar expansão de 0,5%. Para 2019, a previsão é de, no máximo, 1,5%. Entre os motivos da desaceleração dos últimos anos, está o momento ruim dos segmentos audiovisual e editorial. "Os mercados de vestuário e dança (de rua e balé gospel), por outro lado, são nossa grande aposta."

Dança de rua gospel é área que mais cresce no mercado evangélico (Foto: Divulgação/Abrepe)

Na avaliação de Rebello, ainda que o futuro governo indique maior proximidade com os evangélicos, "nenhum plano para profissionalização do mercado gospel foi criado para estimular o empreenderismo cristão". Rebello esperava mais. "Durante a campanha, acompanhei apenas discusões sobre conservadorismo, contra a legalização do aborto e da maconha."

O empresário destaca que, futuramente, vai articular com o governo um plano de empreendedorismo gospel, aproveitando a proximidade do governante com a religião. "Nessa hora, deixo de ser evangélico e penso como empreendedor. Tenho de ter sobriedade e equilíbrio para saber o que o mercado precisa hoje."