Notícia - ESTA FAMÍLIA QUER CRIAR O "STARBUCKS DO AÇAÍ"
 11/01/19 10:49:24

ESTA FAMÍLIA QUER CRIAR O "STARBUCKS DO AÇAÍ"


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Parar no meio do expediente para consumir um açaí como quem pega um cafézinho. A cena te soa estranha? Pois esse é o propósito do casal Anelise Stahl e Marco Martins, empreendedores gaúchos que criaram em 2018 a rede Meu Açaí Express.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produz por ano cerca de 1,3 milhão de toneladas de açaí – 95% vindos do Pará –, gerando R$ 5,5 bilhões de reais.O objetivo do negócio é vender produtos de açaí de um jeito “premium”, exaltando o que, para os fundadores, é o “verdadeiro sabor da fruta”.

Mas com tanto açaí e com milhares de quiosques, barraquinhas e restaurantes vendendo o produto Brasil afora, o que tornaria o produto da Meu Açaí Express diferente?

Segundo Anelise, o diferencial está em processar a fruta rapidamente, antes que o sabor se perca. Na cadeia da maioria dos fornecedores de açaí, a fruta costuma ser processada, em média, 24 horas após sua colheita, enquanto o material usado na Meu Açaí é processado em somente seis horas depois, segundo a empresa.

Os fundadores também se atentam ao conceito da loja: eles buscam montar um espaço moderno, com opções diversificadas e que façam o cliente olhar para o açaí de outra forma. 

Meu Açaí Express1 (Foto: Ivo Gonçalves/Divulgação)

A rede oferece não só as opções tradicionais, como as misturas de açaí com banana o morango, mas combinações diferentes. 

A empresa também vende opções de comida saudável, como sanduíches, saladas e tapiocas. “No Starbucks, as pessoas não vão só pelo café, mas pelos doces e salgados. Queremos oferecer a mesma versatilidade", diz Anelise.

A ideia é focar no segmento da alimentação saudável, mercado que os donos da Meu Açaí consideram promissor no Brasil. Segundo a consultoria Euromonitor, o mercado de alimentação saudável no Brasil já fatura mais de R$ 90 bilhões ao ano e deve crescer cerca de 4% anualmente até 2021.

Fisgados pelo açaí

A Meu Açaí Express não é o único negócio do casal Martins. Naturais de Porto Alegre, os fundadores abandonaram seus empregos para se dedicar completamente aos negócios: Marco trabalhava em uma multinacional, enquanto Anelise era do ramo da moda.

Os dois começaram a trabalhar com açaí e consumo sustentável ainda em 2010, quando criaram a Casa Mundo Brazil, uma aceleradora de fomento e gestão de negócios sustentáveis — a empresa chegou a trabalhar em uma edição do Rock in Rio.

Mas eles não pararam por aí: as viagens à Amazônia fizeram a família se apaixonar pelo açaí. Em 2014, Marco criou junto a seus sócios a empresa Açaí Longa Vida, fornecedora do Açaí Mormaii, marca da empresa de surfwear homônima. 

Posteriormente, surgiu a vontade de também atuar no varejo, o que se tornou realidade no ano passado com a Meu Açaí Express. 

Meu Açaí Express2 (Foto: Ivo Gonçalves/Divulgação)

Assim, todos os negócios da família Martins estão interligados. Os filhos do casal, Tomaz e Tiago, também ajudam nos empreendimentos da família. 

Anelise, hoje com 52 anos, conta que o conhecimento adquirido na produção do açaí com o marido faz com que ela enxergue as duas pontas: do fornecedor à loja.

"Faz toda a diferença saber de onde vem a fruta, como foi processada. Cada lugar em que o açaí é plantado traz um sabor, e se você entende da fruta, consegue oferecer diferentes opções", diz. 

A Meu Açaí conta hoje com três unidades, a principal em Garopaba, em Santa Catarina, que também é a sede do açaí Mormaii. A previsão de faturamento mensal é de R$ 60 mil por unidade.

O objetivo para 2019 é começar a angariar franqueados. São cinco possibilidades diferentes de investimento, que vão de vender o produto em um restaurante itinerante (uma bikefood) a lojas de até 20m². O investimento inicial para o modelo mais barato, a bikefood, é de R$ 27 mil, e pode chegar a R$ 138 mil na loja maior.

Meu Açaí Express4 (Foto: Ivo Gonçalves/Divulgação)

Anelise afirma que há espaço para açaí no Brasil inteiro. Em São Paulo, por exemplo, ela vê muito potencial para implementar lojas com um modelo mais moderno.

“Você pode estar trabalhando e de repente parar para comer um açaí, num ambiente mais contemporâneo, menos colorido, com sabores e opções diferentes”, afirma Anelise. “Queremos mostrar que açaí não é tudo igual.”