Notícia - Paralisação do governo Trump pode atrasar o mundo da Tecnologia. Incluindo o 5G
 14/01/19 18:03:56

Paralisação do governo Trump pode atrasar o mundo da Tecnologia. Incluindo o 5G


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Com o governo paralisado há mais de 20 dias, o impasse entre o presidente dos EUA, Donald Trump e o congresso norte-americano já atingiu a CES 2019 e agora pode atrasar o lançamento de diversos produtos da área de Tecnologia. Isso porque entidades governamentais, que certificam a segurança destes dispositivos também estão paradas e impedidas de aprovar a venda dos mesmos ao consumidor final.

A paralisação atinge, entre outros órgãos, a FCC (Comissão Federal das Comunicações, a versão americana da Anatel) e a FDA (Administradora de Alimentos e Medicamentos, uma espécie de Anvisa de lá). São elas que decidem quais produtos estão dentro das especificações de segurança, próprias para o consumo do público e, consequentemente, estão aptos para chegarem às lojas de todo país. E dentre estes produtos, estão smartphones, tablets, PCs, wearables, entre outros. Para além dos gadgets, caso a paralisação persista, até mesmo as redes 5G podem ter o seu início de funcionamento atrasado.

A Associação da Indústria de Telecomunicações (TIA), que representa os fabricantes de equipamentos do setor, declarou na última sexta-feira (11/1), que a paralisação está desacelerando o lançamento de novos dispositivos conectados que necessitam a certificação da FCC e que o “shutdown” federal poderá atingir até mesmo as redes 5G.

“A paralisação acontece em um momento vital, quando os Estados Unidos estão competindo para se manter na dianteira da corrida pela implementação do 5G”, afirmou Cinnamon Rogers, vice-presidente de assuntos governamentais da TIA. Em comunicado, a entidade afirmou que se as empresas não puderem obter a certificação da FCC, “haverá um impacto sério e extremamente negativo na aprovação de novos dispositivos conectados que estão desenhados para permitir a implementação do 5G, além do ecossistema completo de tecnologias de próxima geração que o 5G apoiará”.

A FCC paralisou suas operações oficialmente no dia 3 de janeiro, mas continuou com o seu trabalho de aprovação do espectro 5G ainda que em um ritmo bem mais moderado, já que ela suspendeu as atividades de mais de 80% da sua equipe e fechou várias bases de dados usadas por organismos de certificação autorizados para trabalhar com desenvolvedores de produtos e laboratórios.

Quando a agência detalhou seus planos para paralisação, explicou que empresas terceiras não poderiam enviar solicitações de autorização de equipamentos ou outorgar concessões de certificações, já que elas não teriam acesso a base de dados necessárias.

E que tipo de equipamentos foram atingidos?

A paralisação da FCC atingiu os mais diversos tipos de produtos. Desde novos smartphones, tablets, roteadores de Wi-Fi até uma grande quantidade de produtos conectados (IoT). Além disso, até mesmo os dispositivos médicos – que também necessitam da aprovação da FDS – apresentados na CES 2019 serão afetados. E isso inclui smartwatches que medem a pressão arterial, coletes que alertam os pacientes com insuficiência cardíaca, entre outros.

Paralisação pode atingir especialmente as startups

Especialistas do setor também assinalam que as startups são as que mais sofrerão as consequências desta paralisação. Isso porque se tratam de companhias focadas em criar o seu “unicórnio” (quando o valor de mercado de uma empresa ultrapassa o US$ 1 bilhão) em torno de um ou dois produtos inovadores. Logo, ao contrário de gigantes como Samsung, Apple e Sony, elas não tem uma grande variedade de produtos que possam mantê-las funcionando.

Entenda a paralisação do governo dos EUA

A paralisação do governo dos EUA começou no dia 22 de dezembro último, depois que o Congresso e o Senado norte-americano não chegaram a um acordo sobre a exigência de US$ 5 bilhões do presidente Donald Trump para financiar a construção de um muro na fronteira entre Estados Unidos e México.

Com o impasse, os pagamentos para todos os funcionários públicos federais foram interrompidos. Isso vem gerando consequências econômicas reais para os mais de 800 mil trabalhadores federais, que não recebem seus salários desde então. Até o momento, nenhum dos lados em negociação está disposto a ceder e a paralisação pode durar até um ano.