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ELE VENDEU O CARRO E A CASA PARA EMPREENDER – E CRIOU NEGÓCIO QUE FATURA R$ 52 MILHÕES
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O paulistano Felipe Oliveira é o fundador da Sciensa, uma empresa que oferece soluções tecnológicas para empresas, começou recentemente a investir em startups e faturou R$ 52 milhões em 2018.
Mas Oliveira sofreu para estruturar sua empresa. Primeiro, teve que vender o carro para conseguir dinheiro para empreender.
Anos depois, livrou-se de seu apartamento para dar sobrevida à empresa, que atravessava um momento difícil.
Oliveira trabalha desde os 14 anos – ou seja, ele tem 25 anos de carreira. “Mas foi tanto trabalho e cabelo branco que costumo brincar que já estou no mercado há 50 anos.”
Filho de empreendedor, Oliveira pensou desde cedo em seguir o mesmo caminho. No entanto, decidiu trabalhar como funcionário antes. Foi desenvolvedor de software em uma série de empresas. Entre elas, destacam-se nomes como Deloitte, Grupo Pão de Açúcar e SulAmérica.
Quando foi se aproximando dos 30 anos, a vontade de empreender tomou conta de Oliveira. Só faltava o dinheiro para concretizar seus projetos. “Na época, não havia tanto capital de risco à disposição. Então o caminho que tive foi vender meu carro”, afirma. Conseguiu R$ 23 mil pelo automóvel e investiu o dinheiro na Sciensa.
Nesse primeiro momento, a Sciensa era uma escola de cursos de desenvolvimento de software. “Era especialista em uma área que já tinha demanda, mas não havia muitos profissionais. Pensei que, se desse essas aulas, me daria bem”, afirma Oliveira.
Depois disso, o foco da Sciensa mudou algumas vezes. Em 2013, o negócio passou a oferecer serviços de consultoria para empresas. Dois anos depois, o foco passou a ser ajudar as clientes da Sciensa a entender os avanços tecnológicos que surgem, reinventar-se e lucrar.
Nessa época de transição, a Sciensa foi afetada pela crise econômica que estourou no país. “Batia na porta dos clientes e sempre ouvia que as verbas estavam congeladas. Fomos prejudicados por isso e fiquei com medo da empresa quebrar”, afirma.
Para impedir a falência, Oliveira vendeu o imóvel em que morava. “O dinheiro que consegui bancava a empresa por três ou quatro meses. Foi muito arriscado, mas deu certo”, diz.
A turbulência foi superada, de acordo com o empreendedor, quando ele foi prospectar empresas que conseguiram crescer durante a crise. Uma delas foi a Magazine Luiza, que se tornou uma rede presente em todo o país nesta década. Hoje, a Sciensa conta com "pesos pesados" como XP Investimentos e Gerdau como clientes.
Nos tempos mais complicados, Oliveira passou a reinvestir 100% de seu lucro. “Quem vence a crise fica mais forte. Conseguimos e agora queremos que nosso faturamento cresça vertiginosamente”, afirma.
A crise foi superada, mas em time que está ganhando se mexe – pelo menos no caso da Sciensa. Hoje, a empresa está estruturada em diversas unidades de negócios.
A primeira é a Digital Labs, focada na criação de produtos e projetos digitais. “Ajudamos empresas que precisam de novos serviços, bem como clientes que desejam se tornar mais digitais”, diz Oliveira. Há também a Service IT, que faz projetos de tecnologia alinhadas com a necessidade pontual de suas clientes. Outra frente é a HR Tech, em que a Sciensa ajuda seus parceiros a encontrar e reter talentos digitais.
A Sciensa começa, agora, a se relacionar com startups. A empresa já injetou R$ 2,3 milhões na TeamCulture, iniciativa que tem o objetivo de aprimorar a cultura das empresas e engajar equipes. Até o fim do primeiro semestre de 2019, a Sciensa promete inaugurar um espaço de coworking em São Paulo.
Em 2018, a Sciensa faturou R$ 52 milhões. Neste ano, a estimativa é superar R$ 100 em faturamento. No futuro, a meta de Oliveira é ser ainda mais relevante para o mercado brasileiro. “Os empreendedores têm que ter fome. Ainda sou frustrado com o que consegui. Quero mais.”