Notícia - EMPRESA VENDE ROUPAS DE CORRIDA COM BOLSOS PARA CELULARES E TECIDOS COM PROTEÇÃO SOLAR
 Pequenas Empresas & Grandes Negócio Publicou uma notícia no dia:05/02/19 12:35:07

EMPRESA VENDE ROUPAS DE CORRIDA COM BOLSOS PARA CELULARES E TECIDOS COM PROTEÇÃO SOLAR


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Encontrar a roupa ideal, com bom caimento e variedade de tamanhos pode ser difícil. Quando se é atleta, as opções tendem a ser ainda mais restritas.

Foi este problema que acometia as amigas Roberta Perlingeiro e Fernanda Galindo, colegas em um grupo de corrida.

“Como designer, a Fernanda estava encucada com as roupas que ela usava para correr. A bermuda escorregava, o coz enrolava…”, conta Roberta.

Fernanda, então, decidiu criar peças que atendiam melhor a suas próprias necessidades e a das colegas corredoras. Roberta, formada em direito e que já havia feito curso de moda, se juntou a ela logo depois.

Aí nasceu a La Vie Sports, uma fabricante de peças esportivas para mulheres de todos os estilos e tipos corporais, que entrou em operação em 2015.

la vie sports5 (Foto: Reprodução/Instagram)

Em linhas de roupas esportivas tradicionais, é comum que as peças sejam ou unissex ou com tamanhos restritos, que acabam se adaptando melhor a mulheres mais magras. A ideia é fazer peças que caiam bem, mas não só com versões “miudinhas”, nas palavras de Roberta. 

Por isso, a marca tem peças que vão de P a GG. Há ainda detalhes funcionais, como bolsos em leggings ou em tops (para guardar chave ou celular na hora da corrida), cós de calça alto que não cai nem aperta e tecidos com proteção solar para corridas ao ar livre.

Assim, o objetivo é combinar conforto, funcionalidade e beleza. “No geral, quem tinha um não tinha o outro”, diz Roberta, lembrando que, em sua experiência como corredora, era difícil achar uma peça bonita, confortável e funcional ao mesmo tempo.

la vie sports2 (Foto: Reprodução)

São as próprias sócias quem desenham as peças, porque há experiência de sobra para chegar ao design ideal: hoje aos 35 anos, Roberta corre desde os 18. Além de Fernanda, a La Vie ganhou em 2017 uma terceira sócia, Mariana Gastin, formada em administração de empresas e também corredora.

A sede da La Vie fica em Niterói, no Rio de Janeiro. Em operação há três anos, a empresa cresceu 86% entre 2017 e 2018, e fechou o ano passado com faturamento de R$ 1 milhão. Para 2019, o objetivo é crescer mais 50%.

As vendas são feitas somente pela internet. No ano passado, a empresa também passou a alugar estandes em corridas, para divulgar a marca a potenciais clientes. 

la vie sports3 (Foto: Reprodução/Instagram)

Um mercado esquecido 

Algumas coisas mudaram no mercado desde que as empresárias começaram a vender as primeiras peças, há três anos. Roberta afirma que, nos últimos anos, outras marcas vêm se preocupando mais com as necessidades e individualidades dos clientes. 

Mas ela acredita que ainda há uma grande escassez, tanto para o público feminino quanto para mulheres fora do que é considerado um padrão de tamanho.

la vie sports (Foto: Divulgação)

Um exemplo aconteceu em 2017, quando a Nike, fornecedora de material esportivo do Corinthians, causou polêmica ao não lançar uma versão feminina do uniforme reserva daquele ano.

A justificativa da empresa foi de que "não havia demanda”. Revoltada, uma torcedora fez um abaixo-assinado intitulado "Respeite as torcedoras mulheres", que angariou 12 mil assinaturas e bastante repercussão na internet. O episódio fez a Nike voltar atrás e lançar o modelo feminino do uniforme. 

Na La Vie, embora o foco sejam as mulheres corredoras, outros tipos de atletas ou mulheres buscando roupas confortáveis também podem se beneficiar dos produtos da marca, segundo a empresa. “Mais de 90% das mulheres estão insatisfeitas com seus corpos, e vemos que há uma falta de produtos para elas”, diz Roberta.

la vie sports4 (Foto: Reprodução)

Em uma campanha publicitária, por exemplo, as fundadoras fizeram questão de não utilizar somente modelos com corpo tido como padrão. Segundo Roberta, esse tipo de iniciativa representa a forma como a empresa enxerga o negócio.

“Por isso a gente não faz só peças miudinhas”, reitera a fundadora. “Muitas vezes o esporte vem associado a ser magro e ter um corpo tido como padrão. Mas nós acreditamos que o esporte está ligado a ter uma vida saudável. Não é porque você é atleta que você tem que ser magro”.