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Bolsonaro diz que passou a filtrar Carlos: ‘nenhum filho meu manda no governo’
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta 5ª feira (28.fev.2019) que as declarações públicas de seu filho Carlos Bolsonaro (PSC), vereador pelo Rio de Janeiro, agora passam por sua aprovação.“Nenhum filho meu manda no governo, não existe isso”, disse.
Bolsonaro lamentou o episódio de conflito entre o filho e o ex-ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno, que foi demitido no dia 18 de fevereiro.
O ex-ministro já estava na berlinda desde que reportagem apontou seu envolvimento em 1 suposto esquema de candidaturas laranjas do PSL em 2018. A relação com o governo se agravou após Carlos acusá-lo de mentir sobre as conversas com o presidente.
Após ser demitido, Bebianno divulgou áudios que demonstraram que não havia mentido.
“Tudo passou a ter 1 filtro da minha parte”, disse. “Lamento o ocorrido, mas não poderia ter tomado outra decisão”, afirmou Bolsonaro sobre a demissão. O presidente ainda comparou o fim da relação com Bebianno a 1 fim de casamento: “É quase 1 casamento que infelizmente prematuramente se desfez”.
Sobre a decisão de ter de aprovar declarações do filho, o presidente disse que a medida não a ver com 1 possível mal-estar com a ala militar, que teria criticado a influência de Carlos Bolsonaro no governo.
“Não há nenhum problema com os militares”, afirmou.
As declarações foram feitas durante 1 café da manhã com jornalistas de 10 veículos, às 10h30, no Palácio do Planalto. As informações foram publicadas pelo portal UOL.
HINO NAS ESCOLAS
O presidente também falou sobre medida do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, de orientar as escolas a, no 1º dia letivo do ano, fazer com que alunos professores, funcionários e alunos cantem o Hino Nacional. A orientação pedia ainda a filmagem do ato, mas o MEC acabou cancelando o pedido de gravação.
“Eu disse a ele: peça desculpas e desfaça”, disse Bolsonaro.
O presidente ainda falou sobre a importância de que alunos cantem o hino nas escolas. Disse ser comum em vários países. Afirmou, no entanto, que o processo deve ocorrer sem doutrinação e fiscalização.
Para o presidente, Vélez poderia ter sugerido, por exemplo, que as escolas estimulassem mais a participação dos pais dos alunos no ambiente escolar.
Bolsonaro disse também que o ministro da Educação está investigando acusação de que escolas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) estariam impondo a crianças cantar 1 hino do movimento e também da Internacional Socialista, mas não deu mais detalhes sobre o caso.
MUDANÇAS NA REFORMA
O presidente também afirmou que está disposto a negociar alguns pontos da proposta de reforma da Previdência enviada ao Congresso em 20 de fevereiro. Entre os pontos, falou na possibilidade de reduzir de 62 para 60 anos a idade mínima para aposentadoria das mulheres.
Foi a 1ª vez em que o presidente falou sobre a possibilidade de mudanças no texto. Bolsonaro também afirmou que “dá para cortar 1 pouco de gordura” das regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é pago a idosos e pessoas com deficiência física com renda inferior a 1/4 do salário mínimo.
ENCONTRO COM JORNALISTAS
Em encontro com jornalistas, Bolsonaro disse que pretende ter “mais contato com a imprensa profissional e se colocou à disposição”, segundo o jornalista Heraldo Pereira, do Grupo Globo.
Segundo o governo, por conta da limitação do espaço, a escolha sobre quem participaria do encontro, “recaiu sobre os profissionais e não sobre os veículos de comunicação”.
Participaram do café com Bolsonaro:
- Alexandre Garcia (ex-Globo);
- Heraldo Pereira (GloboNews);
- João Beltrão (TV Record);
- Mauro Tagliaferri (Rede TV!);
- Sérgio Amaral (Band);
- Cláudio Humberto (BandNews FM);
- Denis Rosenfield (articulista do Estadão);
- Luis Kawaguti (UOL);
- Ana Dubeux (Correio Braziliense);
- Sônia Blota (Band);
- Monica Gugliano (Valor Econômico).
Não foram permitidas gravações no encontro. Segundo assessores, o evento foi 1 gesto de aproximação com a imprensa solicitado pelo próprio presidente.