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FIlme LGBT+ rodado em Pelotas concorre a prêmio
Imagem: Júlia Leite/Especial DP
Na produção, Laís conhece a intensa Letícia, com quem passa uma tarde letárgica de verão
O lme Letícia, Monte Bonito, 04, rodado em Pelotas e distribuído pela UFPel, concorre atualmente no prêmio do júri popular do festival de
cinema Recifest Online, voltado a conteúdos audiovisuais que possuem como temática a diversidade sexual e de gênero. Até o m desta
terça-feira é possível assistir ao lme e ajudá-lo a vencer a categoria.
Na produção, Laís conhece a intensa Letícia, com quem passa uma tarde letárgica de verão. Através das redes sociais, o lme é descrito
como uma história de amor lésbicas “sem nal trágico.” A vitória no Recifest é importante à medida em que permitirá a inscrição em outros
festivais, fazendo a mensagem passada chegar a cada vez mais pessoas. A diretora, Júlia Regis, conversou com exclusividade com o Diário
Popular.
Diário Popular - Qual importância de trazer as temáticas abordadas no lme para as salas de cinema?
Júlia Regis - Sempre que busquei por lmes LGBTQIA+ não consegui me sentir representada e quando converso com minhas amigas, elas
sentem a mesma coisa. No geral, sempre acabamos encontrando algum aspecto na narrativa que nos incomoda. E foi pensando nisso que
criei o Letícia, acredito que precisamos ter lmes que falam sobre mulheres feito por mulheres. O lme fala sobre duas meninas que numa
tarde se conhecem e acabam tendo um romance. Dicilmente isso é encontrado nas telas do cinema abordado de uma forma natural, sem
muitas problematizações. Nós já sofremos preconceitos sociais diariamente, não precisamos sempre de lmes que mostrem essa face
mais difícil, às vezes só queremos assistir algo depois de um longo dia que seja proveitoso e deixe nosso coração e mente descansar.
DP - Como tem sido a recepção ao lme até aqui? Existe a possibilidade do público em geral assistí-lo novamente em breve?
JR - A recepção tem superado nossas expectativas, a cada festival que passamos sempre recebemos várias mensagens de meninas dizendo
que queriam uma continuação, ou que o “eu” mais novo delas queria ter assistido esse lme enquanto crescia e que se sentiram tocadas.
Fico muito grata de saber que meu objetivo foi cumprido, sabe?! A possibilidade de assistir existe sim, a ideia é continuarmos distribuindo
ele pelos festivais de cinema, então enquanto ele estiver sendo selecionado há a oportunidade de assistir novamente. Inclusive sempre
divulgamos no nosso Instagram (@leticiaolme) onde o lme está disponível e como assistir.
DP - Dentro da temática trazida, em que o lme se diferencia?
JR - Eu sempre falo nos debates que o intuito do lme foi trazer aquilo que meu eu de 15 anos gostaria de assistir: um romance lésbico
abordado de forma natural, sem ter aquela descoberta estrondosa, aquela dúvida constante, (apesar de achar super importante dentro do
nosso processo de entender quem somos). Na história, tanto a Letícia quanto a Laís sabem que gostam de mulheres e só deixam uir.
Essa narrativa, por exemplo, é abordada nos lmes que possuem casais héteros normalmente, e quando tive a ideia de escrever o Letícia
busquei trazer essa abordagem que faz falta nos lmes que assistimos. Além disso, é um lme feito quase 100% por mulheres que fazem
parte da comunidade lgbtqia+.
DP - Existem outros projetos em desenvolvimento pela equipe? Quais?
JR - Existe sim. No momento, estou me dedicando a escrever uma história que traz uma temática diferente do Letícia, focado mais na
relação familiar entre mulheres, mas a personagem principal lida com a descoberta da sua sexualidade e é isso sabe? A gente existe e está por aí e isso é lindo de ver