02/04/18 16:47:40
Zuckerberg responde críticas de Tim Cook sobre o Facebook
Imagem:
A imagem do Facebook está desgastada como nunca esteve na história após o escândalo dos dados coletados indevidamente pela consultoria política Cambridge Analytica. A situação da companhia é tão feia que até outros nomes da indústria da tecnologia já se manifestaram contra a empresa de Mark Zuckerberg - como fez Tim Cook na semana passada.
Tim Cook defendeu a regulamentação do Facebook por parte de governos - ele se diz a favor da autorregulação empresarial, mas no caso do Facebook já não é mais possível fazer isso e está na hora de governos agirem. Cook também criticou o modelo de negócios do Facebook baseado em anúncios e que transforma o usuário em produto.
O mandatário do Facebook não gostou da declaração do chefão da Apple e decidiu responder. "Acho esse argumento de que se você não está pagando significa que de alguma forma não nos importamos sobre você muito simplista", disse Zuckerberg ao Vox. "A realidade é que se você quer construir um serviço que ajuda a conectar todo mundo no mundo, então vai ter muita gente que não pode pagar. Assim, da mesma forma como acontece com mídia, ter um modelo apoiado em publicidade é o único modelo racional que pode suportar a construção desse serviço," explicou.
Zuckerberg destacou algumas diferenças na filosofia do Facebook e da Apple: enquanto a empresa comandada por Tim Cook se esforça para vender cada vez mais produtos para pessoas por preços cada vez mais altos, a de Zuckerberg busca oferecer um serviço completo sem cobrar nada do usuário. Cook busca os mais ricos, Zuckerberg quer todos, segundo o criador do Facebook.
"Se você quer criar um serviço que não vai servir apenas a pessoas ricas, então você precisa fazer algo que as pessoas possam pagar," continuou Zuckerberg. Ele também citou uma frase de Jeff Bezos, que, na época do lançamento do Kindle, disse que "existem empresas que trabalham duro para cobrar mais, e outras que trabalha duro para cobrar menos". Para Zuckerberg, a Apple se encaixa na primeira categoria, enquanto o Facebook está na segunda.
"Acho que é importante que não desenvolvamos uma síndrome de Estocolmo que permita a empresas que trabalham para cobrar mais convencerem pessoas de que eles se importam mais com você. Isso me soa estúpido", disse Zuckerberg.