Notícia - Poderia o distúrbio de personalidade múltipla explicar a vida, o universo e tudo mais?
 26/06/18 01:41:13

Poderia o distúrbio de personalidade múltipla explicar a vida, o universo e tudo mais?


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Segundo um novo artigo publicado por Bernardo Kastrup, doutor em engenharia da computação pela Universidade Tecnológica de Eindhoven (Holanda) e especialista em inteligência artificial, o distúrbio da personalidade múltipla pode oferecer uma solução para um problema crítico em nossa compreensão da natureza da realidade.

Mas como é que um distúrbio neurológico pode nos ajudar a explicar o universo e tudo que existe nele?                                                  Bom, isso requer algum conhecimento prévio da condição e dos problemas do estudo da realidade. Kastrup, ao lado do psicoterapeuta Adam Crabtree e do pesquisador em psiquiatria e comportamento neural Edward F. Kelly explicaram ao portal The Scientific American tudo o que precisamos saber para entender a questão da consciência universal.

Vamos por etapas:

O cérebro das pessoas com distúrbio de personalidade múltipla

Em 2015, médicos da Alemanha relataram o caso extraordinário de uma mulher que sofria do que é tradicionalmente conhecido como “distúrbio de personalidade múltipla”, uma condição hoje chamada oficialmente de “distúrbio dissociativo de identidade” (DDI).

A mulher exibia uma variedade de personalidades (“alter egos”), sendo que algumas delas alegavam ser cegas, embora a paciente pudesse enxergar normalmente.Os médicos realizaram exames de eletroencefalografia na mulher, inacreditavelmente verificando que a atividade cerebral normalmente associada à visão não estava presente enquanto um alter ego cego estava no controle do corpo da mulher, mesmo que seus olhos estivessem abertos. Se um alter ego com visão assumia o controle, a atividade cerebral normal retornava.

Esta foi uma demonstração convincente do poder das formas extremas de dissociação, uma condição na qual a psique dá origem a múltiplos centros de consciência operacionalmente separados, cada um com sua própria vida interior privada.