Notícia - Médico endocrinologista: o que é, para que serve, o que faz?
 24/08/18 14:37:12

Médico endocrinologista: o que é, para que serve, o que faz?


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O que é a endocrinologia?

A endocrinologia é a especialidade médica que cuida do funcionamento das glândulas, responsáveis por produzir e secretar diversos hormônios no organismo.

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O nome é de origem grega, em que “endo” significa interno e “krino” significa separar ou secretar, isto é, uma “secreção interna”, referindo-se à liberação dos hormônios.

As glândulas responsáveis por produzir os hormônios são a tireoide, hipófise, hipotálamo, suprarrenais, gônadas, paratireoides e pâncreas. Outros tecidos também estão associados ao controle de substâncias reguladoras, como a gordura, o estômago, intestino, rins e a pele, por exemplo.

Quando algo não está funcionando bem em uma das glândulas ou tecidos citados, vários problemas de saúde podem surgir.

Continue a leitura para descobrir quando procurar a ajuda do endocrinologista e em quais condições ele pode te ajudar.

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Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é a endocrinologia?
  2. Endocrinologia e metabologia
  3. Como funciona o sistema endócrino?
  4. O que faz o endocrinologista?
  5. Para que serve?
  6. Especialidades e áreas de atuação
  7. Endocrinologia e Medicina do exercício e do esporte
  8. Quando procurar?
  9. Como o endocrinologista ajuda quem quer emagrecer?
  10. Exames e procedimentos comuns
  11. Como é o tratamento de doenças endócrinas?
  12. É possível se prevenir de distúrbios endócrinos?
  13. Onde encontrar este profissional?
  14. Formação
  15. Salário: quanto ganha um endocrinologista?
  16. Perguntas frequentes
  17. Doenças endócrinas em animais de estimação

Endocrinologia e metabologia

É comum essas duas áreas estarem relacionadas, mas muitas pessoas têm dúvidas sobre o que trata, de fato, a metabologia. O nome, no entanto, é bem sugestivo, e nada mais é do que o estudo do metabolismo humano.

Nessa área, os médicos estudam as transformações energéticas que possibilitam a nossa sobrevivência, sendo a fonte disso tudo a nossa alimentação.

A metabologia é, portanto, a ciência que estuda os mecanismos químicos que permitem o funcionamento perfeito de nosso organismo.

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A endocrinologia e a metabologia caminham lado a lado para um melhor entendimento das reações que permitem o crescimento e desenvolvimento adequados, o controle do peso e da composição corporal, além dos processos de fertilidade e envelhecimento, entre outros.

Dessa junção, existem quatro pilares do que seria ideal para uma boa qualidade de vida:

  • Prática de exercícios físicos regularmente;
  • Alimentação equilibrada;
  • Qualidade de sono e controle do estresse;
  • Tratamento adequado das disfunções hormonais.

De acordo com a Daniele Zaninelli, é importante diferenciarmos o termo “modulação” de “reposição” hormonal.

“O primeiro termo (modulação) se refere à prescrição de hormônios para pessoas que não apresentam deficiência hormonal comprovada, sendo geralmente realizada para fins estéticos e de antienvelhecimento, o que pode levar a inúmeros efeitos adversos. Esta prática não é reconhecida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e nem por outras sociedades médicas internacionais da área”.

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Como funciona o sistema endócrino?

O sistema endócrino conta com as glândulas endócrinas, estruturas responsáveis pela produção e liberação de hormônios essenciais para o bom funcionamento do organismo.

Os hormônios viajam pela corrente sanguínea exercendo seus efeitos em órgãos distantes. Muitos atuam em diversos órgãos e tecidos, e por isso a deficiência ou o excesso de um único hormônio pode levar a sintomas variados.

Assim, o sistema endócrino se divide da seguinte forma:

Hipotálamo

O hipotálamo é uma estrutura do cérebro, e está localizado na sua base. Uma de suas funções principais é a de estabelecer uma conexão entre o sistema endócrino e o sistema nervoso.

Produz hormônios que controlam a produção hormonal da hipófise. Essas duas estruturas trabalham juntas para dizer às outras glândulas endócrinas quando é hora de liberar os hormônios que elas produzem. Esses hormônios regulam a temperatura corporal, o apetite e o peso, o humor, o desejo sexual, o sono e a sede, entre outros. Por isso, a função do hipotálamo está diretamente relacionada ao equilíbrio geral dos hormônios.

Hipófise

A hipófise, ou glândula pituitária, é considerada uma glândula mãe no organismo humano, pois é fundamental no funcionamento de diversas outras glândulas e seus hormônios. Ela se divide em duas partes: neuro-hipófise adeno-hipófise.

Neuro-hipófise

A neuro-hipófise está localizada no lobo posterior da hipófise e é a parte responsável por liberar dois dos principais hormônios produzidos pelas células neurossecretoras do hipotálamo: a oxitocina e o hormônio antidiurético, também chamado de vasopressina ou ADH.

oxitocina faz com que as gestantes tenham contrações uterinas no momento adequado, e contribuem para que a mulher não sofra hemorragia durante o parto, e também promove o fluxo de leite nas mulheres que estão amamentando.

O hormônio ainda está relacionado ao desenvolvimento da empatia entre as pessoas e ao prazer sexual. Por esses motivos, é considerado o hormônio do amor.

Além de estar presente em sentimentos de afeto, a oxitocina está relacionada na modulação da sensibilidade ao medo.

vasopressina, ou hormônio antidiurético, tem o papel de promover a reabsorção de água pelos rins, promovendo o equilíbrio da água corporal.

Adeno-hipófise

Essa outra parte da hipófise, localizada no lobo anterior, é capaz de produzir outros hormônios dependentes do estímulo do hipotálamo. São eles os hormônios folículo-estimulante, luteinizante,  tireoestimulante, adrenocorticotrófico e prolactina. Além desses, é responsável também pela produção do hormônio do crescimento, o GH (Growth Hormone).

Cada um apresenta funções importantes e específicas para a saúde do nosso organismo:

  • Prolactina: estimula a produção do leite;
  • Tireotrofina: controla o funcionamento da glândula tireoide;
  • Adrenocorticotrófico: tem o papel de regular a secreção de glicocorticoides pelas glândulas adrenais;
  • Folículo-estimulante: é o hormônio responsável pelo estímulo dos folículos ovarianos (mulheres) e da espermatogênese (homens);
  • Luteinizante: Nas mulheres, esse hormônio regula o estrogênio. Nos homens, regula a testosterona;
  • GH: Promove o crescimento na infância e adolescência. Nos adultos ajuda a manter a massa muscular e óssea saudáveis, exercendo ainda outros importantes efeitos metabólicos.

Tireoide

A tireoide está localizada na região anterior do pescoço, abaixo da cartilagem conhecida popularmente como pomo de Adão. Apresenta formato de “borboleta”. Funciona através do estímulo do hormônio tireoestimulante (TSH), secretado pela hipófise.

O iodo é essencial para a produção dos hormônios tireoidianos. A deficiência desse mineral pode levar a complicações, como o aumento de volume da glândula (bócio), aparecimento de nódulos e hipotireoidismo.

O sal iodado é fonte importante desse nutriente e deve ser consumido com moderação, já que o excesso de iodo também pode ser responsável por disfunções da tireoide. Outra fonte de iodo na alimentação são os frutos-do-mar.

Os principais hormônios produzidos na tireoide são a  triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). Quando a tireoide produz quantidades insuficientes desses hormônios ocorre o hipotireoidismo, e, quando produz em excesso, o hipertireoidismo.

Além de T3 e T4, a tireoide produz a calcitonina, que participa da regulação dos níveis de cálcio e fósforo no sangue.

Paratireoides

Existem quatro glândulas paratireoides, localizadas no pescoço, atrás da tireoide. O PTH, hormônio secretado por elas, é responsável pelo equilíbrio das concentrações de cálcio e fósforo na corrente sanguínea.

Quando o cálcio do sangue fica baixo, o PTH o traz de volta ao normal, movendo o cálcio dos ossos, e aumentando a retenção de cálcio pelos rins e intestinos.

Níveis excessivos de PTH (hiperparatireoidismo) promovem a liberação de cálcio dos ossos com aumento de seus níveis no sangue e na urina. Com o tempo, isso pode resultar em osteoporose (aumento do risco de fraturas), pedras nos rins e declínio da função renal.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula que está localizada atrás do estômago. Apresenta duas funções principais, que podem ser classificadas como: endócrina e exócrina.

A parte exócrina é responsável pela produção do suco pancreático, que participa da digestão dos alimentos. Já a parte endócrina é constituída por estruturas chamadas ilhotas de Langerhans, constituídas por células de dois tipos: as células alfa, que produzem glucagon, e as células beta, que produzem insulina.

A principal função do pâncreas endócrino é manter níveis equilibrados ??de açúcar no sangue. Glucagon e insulina trabalham juntos. A insulina evitará que os níveis de glicose aumentem a um ponto que seja muito alto, enquanto o glucagon evita que os níveis glicêmicos fiquem muito baixos.

diabetes tipo 1 é uma doença desencadeada por uma falha no sistema imunológico, que faz com que anticorpos ataquem as células produtoras de insulina, que deixa de ser produzida.

Já o diabetes tipo 2, o mais frequente, surge quando o pâncreas não produz insulina em quantidades suficientes, ou quando o corpo não consegue utilizar a insulina de forma adequada (processo chamado de resistência à insulina), o que está fortemente associado ao excesso de gordura abdominal.

Adrenais ou suprarrenais

As glândulas adrenais, ou suprarrenais, estão localizadas sobre os rins. Cada uma é composta por duas regiões distintas, o córtex e a medula.

Entre as funções do córtex está a produção e secreção de glicocorticoides e mineralocorticoides, além de esteroides sexuais.

O cortisol, um glicocorticoide, interfere no metabolismo de glicídios, lipídios e proteínas. Tem ainda efeitos sobre o sistema imunológico (antialérgico e anti-inflamatório), sobre o trato gastrointestinal e os ossos.

Já a aldosterona, um mineralocorticoide, promove a reabsorção de sódio e a excreção de potássio pelos rins, influenciando na pressão arterial.

Os hormônios produzidos pelas adrenais modulam nossas reações ao estresse. Isso porque na medula acontece a produção e secreção de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina).

A adrenalina desencadeia uma série de respostas ao estresse. Essa reação faz com que as passagens de ar fiquem mais dilatadas para fornecer aos músculos o oxigênio de que precisam para lutar contra o perigo, ou fugir. Também faz com que os vasos sanguíneos se contraiam para redirecionar o sangue para os principais grupos musculares, além do coração e pulmões.

A sensibilidade do corpo à dor também diminui como resultado da ação da adrenalina, e é isso que permite que se continue correndo ou lutando contra o perigo mesmo quando se está ferido.

Gônadas

São as glândulas que produzem e secretam os hormônios sexuais. São representadas pelos ovários (nas mulheres) e pelos testículos (nos homens). As principais funções dos hormônios produzidos pelas gônadas são o controle do ciclo reprodutivo, a determinação do aspecto físico típico de homens e mulheres, e do comportamento sexual.

Nas mulheres, o estrogênio (ou estradiol) e a progesterona são os principais hormônios sexuais. Participam da  puberdade, preparam o corpo e o útero para a gravidez, e regulam o ciclo menstrual. Durante a menopausa, as alterações no nível de estrogênio causam muitos dos sintomas típicos dessa fase.

A testosterona é o principal hormônio sexual nos homens. Atua na puberdade, no aumento da densidade óssea, no crescimento de pelos faciais, na fertilidade e no aumento da massa e da força muscular. A andrologia é a área especializada no tratamento de problemas relacionados a esse hormônio.

O que faz o endocrinologista?

Segundo a dra. Daniele Zaninelli, a endocrinologia é a especialidade médica que estuda as glândulas endócrinas e os hormônios por elas produzido. Além disso, estuda as alterações metabólicas e distúrbios decorrentes da deficiência ou excesso hormonal.

A função do médico endocrinologista, nesse caso, é investigar, tratar e realizar o acompanhamento dos pacientes que apresentam algumas das patologias provocadas por uma desordem hormonal.

Essas desordens podem ocorrer por diversos fatores, entre eles os fatores genéticos, de estilo de vida, e ambientais.

São exemplos de fatores ambientais as substâncias químicas presentes no nosso dia a dia, conhecidas como desreguladores endócrinos, que interferem na ação dos hormônios. Essas substâncias podem ser encontradas em pesticidas, embalagens plásticas e alimentos enlatados, na água potável, e até mesmo no pó doméstico.

Os distúrbios endócrinos podem ser divididos em três grupos principais:

  • Doenças causadas por deficiência hormonal;
  • Doenças causadas por níveis hormonais excessivos;
  • Doenças causadas pelo desenvolvimento de tumores (benignos ou malignos) nas glândulas endócrinas.

A lista de doenças tratadas pelos endocrinologistas é bem extensa. Entre elas estão: hipotireoidismo, hipertireoidismo e nódulos de tireoide, diabetes mellitus, obesidade, distúrbios menstruais e da fertilidade, síndrome dos ovários policísticos, distúrbios do crescimento e da puberdade, crescimento excessivo de pelos (hirsutismo), colesterol alto, doenças da hipófise, osteoporose, menopausa, andropausa etc.

No Brasil, essa área médica se fortaleceu a partir dos anos 1950, com o surgimento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Com o passar dos anos, os profissionais dessa área foram ficando cada vez mais solicitados, devido ao aumento da identificação de doenças relacionadas a questões hormonais.

Uma das patologias que ganha um cuidado especial dos endocrinologistas é a obesidade. O número de pessoas que sofrem com essa condição é preocupante no país.

Nos últimos 10 anos a prevalência da obesidade aumentou em 60%. De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade da população está acima do peso, o que está relacionado principalmente ao sedentarismo e à alimentação inadequada, muitas vezes decorrentes de influências sociais e comportamentais.

Para que serve?

São muitos os motivos que levam os pacientes ao consultório de um endocrinologista. Entre os mais comuns podemos citar a busca pelo tratamento do diabetes mellitus, do excesso de peso e dos problemas da tireoide.

No entanto, a área de atuação desse profissional é bem mais extensa, e o acompanhamento com o especialista pode ser indicado nos seguintes casos:

Menopausa

Quando uma mulher fica doze meses sem menstruar, define-se o diagnóstico de menopausa. O climatério, que inclui a fase de transição, marca o final da vida fértil da mulher. Essa fase costuma ser marcada por sintomas como fogachos (calorões), alterações de humor, ganho de peso, secura vaginal, entre outros, que podem persistir por um período indeterminado de tempo.

Após considerar as indicações e possíveis contraindicações, a terapia de reposição hormonal da menopausa pode ser indicada, levando à melhora importante de muitos desses sintomas.

Andropausa

Os níveis de testosterona variam muito entre os homens. Em geral, os homens mais velhos tendem a ter níveis mais baixos de testosterona do que os homens mais jovens. Diferente da queda abrupta nos níveis hormonais que ocorre com as mulheres ao entrarem na menopausa, os níveis de testosterona diminuem gradualmente ao longo da vida adulta nos homens — a queda é de cerca de 1% ao ano, depois dos 30 anos.

A percepção clínica dessa variação hormonal é diferente para cada indivíduo. Enquanto alguns permanecem praticamente assintomáticos, outros podem apresentar sintomas como cansaço, depressão, redução da força muscular e disfunção sexual.

O endocrinologista, nesse caso, pode ajudar a investigar a causa, assim como iniciar o tratamento de reposição hormonal, quando for indicado.

Diabetes

A presença de fatores de risco para essa doença, como por exemplo excesso de peso, alterações — mesmo que discretas — da glicose sanguínea, histórico familiar, alterações nos níveis de colesterol e hipertensão arterial, pode ser um bom indicativo para uma consulta com um endocrinologista.

Hoje sabemos que as alterações metabólicas que irão resultar em diabetes começam muitos anos antes do seu diagnóstico. Quanto mais cedo forem implementadas medidas preventivas, melhor, já que esta é uma doença acompanhada de sérios risco à saúde.

Os sintomas típicos do diabetes incluem aumento do apetite e emagrecimento, sede constante, aumento da vontade de urinar ao longo do dia, fraqueza, alterações visuais e mudanças de humor. Não podemos esperar o aparecimento de sintomas para realizar o diagnóstico, já que eles só ocorrem quando o diabetes já está descompensado.

Na presença de qualquer um desses sinais, procure um médico para investigar e começar o tratamento.

Problemas do crescimento e da puberdade

Problemas no crescimento, como a baixa e a alta estatura, podem ser causados por distúrbios na hipófise. Nesses casos, a produção do GH (hormônio do crescimento) pode estar desregulada.

O acompanhamento médico periódico permite a observação adequada dos padrões de crescimento de crianças e adolescentes, permitindo um diagnóstico adequado.

A causa nem sempre é uma questão hormonal, podendo envolver fatores genéticos e nutricionais, entre outros. Para tirar a dúvida e verificar a necessidade de tratamento, é importante consultar esse especialista.

Problemas como a presença precoce de pelos pubianos (pubarca) ou o desenvolvimento das mamas (telarca) também podem ser tratados com o endocrinologista.

Distúrbios menstruais

Alterações no ciclo menstrual, como a ocorrência da menstruação em mais de uma vez ao mês ou a ausência do ciclo, podem ser provocadas por algum distúrbio hormonal. Por isso, pode ser necessário o acompanhamento de um endocrinologista, que pode ser encaminhado pelo próprio ginecologista.

Excesso de pelos

O hirsutismo (excesso de pelos) é uma situação em que as mulheres apresentam crescimento excessivo de pelos com padrão de distribuição masculino, ou seja, são pelos que podem aparecer na face, abdômen e tórax.

Além do hirsutismo, o aumento da massa muscular e a acne, assim como a rarefação dos cabelos na região central da cabeça (alopecia androgenética), podem ser manifestações do excesso de hormônios masculinos na mulher.

Diante desses sintomas o médico endocrinologista realizará investigação e tratamento específicos.

Doenças da hipófise

Tumores hipofisários, geralmente benignos, podem estar associados à deficiência ou ao excesso de hormônios, levando a sintomas diversos, como: galactorreia (secreção de leite pelas mamas fora do período de amamentação), mudanças faciais, crescimento das mãos e pés, dores de cabeça e problemas de visão.

Esses sintomas podem ser decorrentes de condições como a acromegalia, prolactinoma, ou tumores não funcionantes (que não produzem hormônios).

Obesidade

A obesidade é uma condição bastante preocupante, pois é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, e até mesmo para vários tipos de câncer.

Nem sempre a dificuldade de perder peso está relacionada apenas aos hábitos de vida, como alimentação inadequada e sedentarismo. Alguns pacientes enfrentam problemas hormonais que interferem nesse processo.

Após realizar uma avaliação clínica completa, o endocrinologista costuma solicitar exames laboratoriais para a pesquisa não só de disfunções que podem estar contribuindo para o ganho de peso, mas também de complicações decorrentes da doença, como alterações nos níveis sanguíneos de colesterol e da glicose, além de esteatose hepática (gordura no fígado), colelitíase (pedras na vesícula), entre outros.

Distúrbios da glândula suprarrenal

Vários sintomas podem denunciar a presença de algum distúrbio na glândula suprarrenal. Ao observar sinais como variações no peso, pelos excessivos, pressão alta ou baixa, puberdade precoce, estrias arroxeadas ou escurecimento da pele, procure um especialista.

Distúrbios da tireoide

A tireoide é uma glândula localizada na região do pescoço, responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, importantes para várias funções do organismo.

Alguns sintomas podem indicar que há algo de errado no seu funcionamento, tais como nódulos no pescoço, insônia, intestino irregular, coração acelerado, nervosismo, sensação de frio ou calor em excesso e perda ou ganho de peso.

No caso do hipotireoidismo, por exemplo, o metabolismo se torna mais lento e o paciente apresenta bastante sonolência, dificuldade em perder peso, cansaço, cabelos e unhas fracas, infertilidade, e até mesmo raciocínio prejudicado.

Quando a tireoide trabalha em excesso, por outro lado, também não é bom. Essa condição é chamada de hipertireoidismo. Nessa doença, o paciente terá sintomas como fraqueza muscular, calor, transpiração excessiva, batimentos cardíacos acelerados, perda de peso, diarreia, irritabilidade, entre outros sinais, que muitas vezes são confundidos com problemas do coração.

Ao perceber esses sintomas, o paciente pode buscar a ajuda do endocrinologista. Através de exames, ele poderá confirmar ou descartar a hipótese de que o problema esteja nessa glândula.

Além disso, a presença de nódulos na tireoide é uma situação cada vez mais frequente. A avaliação pelo endocrinologista é indispensável para a definição de como será o acompanhamento.

A análise de fatores clínicos em associação com as características do nódulo à ecografia podem dar dicas quanto à natureza do nódulo em questão (se benigno ou maligno). Com isso, muitas punções diagnósticas e até mesmo cirurgias desnecessárias podem ser evitadas, o que se constitui, atualmente, numa das principais preocupações dos estudiosos dessa área.

Osteoporose

A osteoporose é uma doença silenciosa, pois quando os sintomas aparecem, um fratura já pode ter ocorrido. Os grupos considerados sob maior risco, como mulheres pós-menopausa, pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, ou em uso de corticoides, por exemplo, devem ser avaliados com atenção.

Distúrbios hormonais também estão entre os fatores que podem provocar a osteoporose.

O endocrinologista pode orientar medidas de prevenção, assim como investigar a causa e realizar o tratamento desta doença.

Síndrome dos ovários policísticos

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) afeta cerca de 20% das mulheres na pré-menopausa.

Costuma se apresentar com uma combinação variável de sinais e sintomas como irregularidade menstrual, hirsutismo (aumento de pelos), queda de cabelos e acne.

Exames laboratoriais podem revelar aumento dos níveis sanguíneos dos androgênios, além de outras alterações metabólicas, e a ecografia pode evidenciar múltiplos cistos nos ovários.

Problemas como a gordura abdominal, resistência à insulina, obesidade, distúrbios metabólicos e fatores de risco cardiovasculares podem estar associados à SOP.

O tratamento visa o controle do hiperandrogenismo (excesso de hormônios masculinos), das consequências da disfunção ovariana e/ou dos distúrbios metabólicos associados. Deve ser realizado a longo prazo e adaptado de forma dinâmica de acordo com mudanças das circunstâncias e fases da vida de cada mulher. Além disso, devem ser respeitadas as necessidades pessoais e expectativas de cada paciente.

Deficiência de vitamina D

vitamina D é fundamental para que o nosso organismo consiga absorver o cálcio dos alimentos. Muitos estudos têm avaliado seu papel sobre o sistema imunológico, cardiovascular, e até mesmo sua influência em alguns tipos de câncer.

Nossa principal fonte de vitamina D é o sol, pois ele estimula a produção da vitamina através da exposição da pele aos raios UVB.

Acredita-se que 20 minutos de exposição solar alguns dias por semana, sem protetor, sejam suficientes para garantir uma produção adequada. Porém, nem sempre é possível manter essa vitamina nos níveis ideais, pois fatores como a estação do ano, além de características individuais como pigmentação da pele, idade e presença de patologias, podem interferir na capacidade de produzir a vitamina.

Nos alimentos, as principais fontes são os óleos de fígado de peixe e os peixes de água salgada como salmão, sardinha e arenque, mas as quantidades obtidas da alimentação não serão suficientes para manter seus níveis adequados.

Diante disso, quando alguém apresenta níveis baixos de vitamina D, pode ser necessário acompanhamento com um endocrinologista, que poderá iniciar um tratamento para sanar essa deficiência.

Para o diagnóstico é realizado uma dosagem sanguínea, que é recomendada em casos específicos, tais como os seguintes grupos e fatores de risco: