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Conheça as profissões que não serão substituídas por robôs no futuro
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De acordo com um estudo de 2017 do instituto de pesquisa McKinsey Global Institute, 800 milhões de pessoas perderão seus empregos para a automatização até 2030. Isso representa um quinto de toda a classe trabalhadora do mundo inteiro. Em âmbito global, pelo menos um terço dos trabalhadores precisarão se reinventar para manter seus empregos. Pesquisadores da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, analisaram as profissões dos trabalhadores da América e chegaram à conclusão de que 47% dessas pessoas têm grandes chances de perderem seus empregos para robôs nos próximos 20 anos.
Por outro lado, pesquisas também apontam que 53% dos trabalhadores dos EUA e quatro quintos da classe trabalhadora global podem ficar tranquilos, porque os avanços da inteligência artificial não serão uma ameaça. A Fast Company listou sete carreiras que estão seguras das garras da automatização.
Empregos que requerem criatividade, como artistas e músicos
Para Tom Pickersgill, o fundador e CEO da Broadstone, empresa que utiliza a inteligência artificial e o aprendizado de máquina para recrutar candidatos a empregos nos Reino Unido, todas as profissões serão impactadas de alguma maneira pela IA, mas algumas não serão substituídas pela tecnologia.
Pickersgill acredita que um desses empregos que podem estar seguros do avanço das tecnologias são aqueles que envolvem criatividade, o que inclui artistas, cantores e músicos. “Humanos utilizam a sua experiência de vida, suas emoções e sua criatividade para trazer vida às coisas”, diz. Em contrapartida, os robôs necessitam de dados para poderem funcionar. “Eu não acredito que esses tipos de dados podem produzir um trabalho genuíno de arte que realmente poderá engajar o público, compartilhando experiências, como uma pintura, uma melodia ou uma voz”, afirma o CEO da Broadstone.
Trabalhos que envolvam resolução de problemas
As máquinas ainda não aprenderam a resolver problemas complexos que envolvam soluções criativas e genuínas. “Ainda que as máquinas tenham a habilidade de serem mais rápidas do que qualquer ser humano, elas não conseguem fazer análises mais profundas, nem têm especializações e o conhecimento necessário para resolver problemas de produção”, conta Mark Williams, responsável pelo projeto People First, que utiliza um software que auxilia a produção humana.
Cabelereiros
Mat Hunter, diretor do Central Reasearch Laboratory, um espaço de coworking focado em tecnologia e aceleradores para start-ups de tecnologia, já viu diversas empresas criaram todos os tipos de novas tecnologias. A experiência lhe proporcionou uma visão mais ampla do que as máquinas conseguem e, principalmente, do que elas não conseguem fazer. Por isso, Hunter acredita que trabalhos como o de cabelereiro não serão automatizados, ao menos por enquanto. “Já tentaram inventar máquinas que cortavam o cabelo sozinhas, mas a tarefa requer prática e destreza que é difícil de automatizar”, disse Hunter.
Psicólogos e profissões que demandem um trabalho social
Outra profissão que será difícil de ser automatizada é aquela que envolve o cuidado com a mente humana, acredita Pickersgill. “As pessoas vão ao psicólogo porque necessitam de ajuda e de amparo emocional. E isso só pode ser feito por meio de uma interação humana, por alguém que consegue sentir empatia e entender o outro”, afirma. Segundo Pickersgill, a profissão está segura da automatização, já que o psicólogo humano é capaz de ajudar a outra pessoa com o auxílio de experiências compartilhadas e não somente com uma lógica de base de dados, como as máquinas.
Professores
Ainda que a tecnologia possa servir de auxílio nas escolas, a IA e os robôs não serão capazes de substituir os professores, afirma Pickersgill. “As competências essencialmente humanas, empatia e entendimento do outro são fatores cruciais para criar jovens bem equilibrados e emocionalmente confiantes. E somente um humano pode ensinar isso”, enfatiza Pickersgill.
Trabalhadores da área da saúde
A tecnologia vai sem dúvida melhorar a área da saúde cada vez mais, aprimorando os tratamentos de doenças e aumentando a expectativa de vida das pessoas. A tecnologia, contudo, não será capaz de substituir os profissionais do ramo. Isso porque os robôs não têm a capacidade de se conectar com os pacientes e nem de fazê-los sentirem-se compreendidos, como os humanos fazem.
“Os trabalhadores da área da saúde necessitam de uma inteligência emocional para se conectarem com os pacientes. Nem os robôs mais sofisticados conseguem construir relacionamentos, ter empatia ou mostrar outras formas de inteligência emocional a fim de criar conexões pessoais com outros seres humanos”, diz Williams.
Cuidadores
Duvido que alguém deixaria que um robô cuidasse de seu filho, provoca Pickersgill. Mesmo que os robôs consigam ser tão ágeis quanto um humano e balancem um bebê chorando até que ele durma em seus braços ou que ajude uma pessoa idosa a trocar de roupa, um ser humano não se sentiria confortável de ser cuidado por uma máquina, acredita Pickersgill.
“As pessoas querem ser cuidadas por outros seres humanos. A solidão é um dos maiores problemas, especialmente para um idoso, e isso se deve ao fato de que somos humanos e necessitamos desse tipo de interação”, afirma Pickersgill. Pela própria natureza robótica, eles nunca seriam capazes de interagir com uma pessoa da mesma maneira. “Tanto emocionalmente quanto fisicamente os cuidados providos por humanos são absolutamente vitais para garantir felicidade, conforto e uma boa saúde mental”, conta.