Notícia - Museus Vaticanos investem em inteligência artificial para conservar obras
 12/11/18 11:40:02

Museus Vaticanos investem em inteligência artificial para conservar obras


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Nos Museus Vaticanos, história e revolução tecnológica se unem para a conservação das milhares de obras de arte expostas em uma das principais atrações turísticas de Roma, na Itália.

Construído em 1503, os Museus reúnem obras da Igreja Católica Romana e recebem aproximadamente 6 milhões de pessoas por ano. Embarcando na transformação digital, o local está investindo em um sistema para integrar seus serviços e reforçar a proteção das obras e a segurança dos visitantes.

O sistema é desenvolvido pela Minsait, unidade pertencente à Indra, uma das maiores consultorias de transformação digital do mundo, e é vista como uma inovação na conservação preventiva de grandes museus.

Lançado durante convenção no Vaticano, a tecnologia permitirá integrar todos os sistemas de segurança dos Museus Vaticanos em uma única plataforma, em que será possível ter uma visão completa de tudo o que ocorre em seu interior e possibilitar uma gestão otimizada dos fluxos de visitantes e espaços. 

Todo o sistema será implementado por meio de uma fibra ótica com 20 km de extensão, que será capaz de conectar o sistema de sensores de controle de fluxo a sistemas de segurança, anti-incêndio, vídeo-vigilância e evacuação de pessoas. “É um projeto de evolução dos sistemas de segurança dos Museus Vaticanos”, explica Jorge Aguilera, diretor de administração pública da Minsait.

“Embora o local já possua um sistema próprio, novas capacidades serão incorporadas utilizando componentes como big dada e inteligência artificial, que permitem realizar uma análise de comportamento real dos visitantes e controlar o fluxo de pessoas, além de assegurar a conservação das obras de arte dos museus e tornar a experiência o mais satisfatória possível”, diz Aguilera.

Rota obrigatória para turistas
O conglomerado abriga instituições culturais renomadas da Igreja Católica, com rico acervo de antiguidades colecionadas ao longo dos séculos por pontífices romanos. Os museus dão acesso à Capela Sistina, onde visitantes do mundo todo disputam espaço para observar o teto da capela pintado com a técnica do afresco por Michelangelo, e que hoje é uma da obras de arte da Renascença italiana mais famosas do mundo.

Dada a sua importância histórica e cultural, a adoção de sistemas inteligentes de segurança, preservação e gestão de fluxo de pessoas se torna cada vez mais necessário.

“É uma problemática comum nos grandes museus. Eles têm problemas com a conservação das obras e com a gestão de fluxo visitantes. O desafio é como buscar outras soluções tecnológicas que ajudem nessas questões”, afirma o diretor.

É com esse propósito que a Minsait terá, ao longo de cinco anos, a missão de implementar um novo sistema digital integrado nos Museus Vaticanos.

Um dos grandes desafios para a gestão dos museus, o volume de visitantes poderá ser monitorado por câmeras sensoriais, que permitem  saber a quantidade de pessoas nas salas e o tempo de permanência delas — para evitar aglomerações durante visitas.

“Cada vez que um turista retorna aos museus, será possível ver quais locais ele visitou pela última vez e os percursos realizados, o que vai permitir que ele conheça lugares diferentes dentro do complexo”, acrescenta Francesco Casertano, diretor do projeto Museus Vaticanos.

Para que tudo isso seja possível, o sistema também deve utilizar a inteligência artificial para prever comportamentos e planejar novas rotas em função da capacidade e do volume de pessoas nos locais de visitação. Os sensores também serão capazes de prever as condições de luz, umidade e temperatura dos ambientes.